Oh, glória!

29/06/2016 12:00

Dois de julho. Meu dia de fundação,  a independência da Bahia e a Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Nossa! Estou a completar 67 primaveras. Nasci em Três-Rios-RJ, num sábado, às 10 horas. O dia estava ensolarado e o céu azul, palavras tantas vezes repetidas por minha mãe que me confiou a Nossa Senhora e a Santo Antônio. Fui levado a Pia Batismal por meus padrinhos Maria José e José Zainotti aos 27-11-49. Dia de Nossa Senhora das Graças. Gosto de celebrar meu aniversário. Uns omitem. Eu não. Nesse dia nem saio de casa. Não me preocupo com festa, só não abro mãos da Santa missa. As flores, bombons e bolos que recebo são oferecidos a pessoas e instituições cheio de alegria. Ao contrário de pensar no declínio, entremeado pela calvície e famosas rugas de expressão, o prateado dos cabelos, bom mesmo é celebrar. É gostoso completar 67 anos. E  nada disso causa dissabor, nem pode servir de argumento para significar baixo-astral ou prognóstico sombrio, nem há que se pensar que doravante nos resta a morte, até porque para princípio de conversa, morte só existe para aquilo que não é eterno. Estou aqui para falar de vida e vida plena. Em minha infância, quando uma pessoa chegava aos 50 anos já era considerada idosa. Era sinônimo de senilidade. Se eram Senhoras os coques sob solidéus, cabelos brancos, ausência de maquilagem, vestido longo até os pés, trajes sóbrios, no máximo aqueles estampados de florzinha ou negros fechados. Os homens usavam chapéus, bengala, relógios com trancelim, fartos bigodes e barba. Hoje não. A esta altura da vida estamos a fazer planos de viagens, aprimoramento cultural, trabalhos profissionais e benemerentes, projetos… Nada de transformar a vida em isolamento tendo como companhia uma TV, é certo que ela evoluiu muito, é inegável o avanço tecnológico das comunicações, mas não podemos nos acomodar, nem ficarmos à mercê do computador. Juntemo-nos, a família precisa estar unida, na alegria, na tristeza, no diálogo, na sala de jantar ou na cozinha como antigamente. Não nos confinemos na solidão só porque atingimos a terceira idade. Precisamos nos exercitar, não deixemos os neurônios acéfalos, não nos acomodemos. A vida não pode ser medida pela idade, mas sim pela intensidade que a vivemos. Ela não é intrinsecamente má, depende da ótica que a vejamos. Sou filho de família numerosa, 12 irmãos, nascidos da união de meus pais Eliza e Waldemiro Rodrigues da Costa, que lhes deram muitos netos e até um belo trineto de nome Gabriel. Mas voltemos ao fio condutor. Longe de pensar que estou imune às falhas, sou humano. Ao morrer, mais uma lição: ser conduzido à presença do Altíssimo, para a prestação de contas. Enorme responsabilidade. Vejo a família criada, formada, digna e reta, encaminhada para a vida. Meus pais hoje descansam no Senhor e deixaram a maior fortuna que se pode partilhar: amor, fé, perseverança e honradez. Quanto a mim, haja agradecimentos pelos 48 anos de acolhimento por esta amada terra, 49 anos formado Contador, 43 anos e seis meses nas ininterruptas lides do Direito, no  Escritório Drs. Costa e Barbosa Advogados, junto a Célio Barbosa, Elizabeth, Ana Luzia e Carla, fiéis escudeiros, pela credibilidade conquistada, enfim glória a Deus e a doce Mãe dos Céus pelos vinte e quatro mil e quatrocentos e cinquenta e cinco dias de vida em bênçãos.

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