Olhos podem ser afetados pelo coronavírus: oftamologista explica e orienta

13/04/2021 17:53
Por Redação / Tribuna de Petrópolis

Estudos recentes apontam que os olhos podem ser afetados pelo novo coronavírus. Para além dos sintomas que são observados tradicionalmente, como a dificuldade para respirar, dor de cabeça, tosse e febre, outros podem ocorrer nos olhos. De acordo com a oftalmologista Ana Luísa Aleixo, um dos quadros observados é  a conjuntivite, que é eventual e autolimitada. 

“O Sars Cov-2 pode causar conjuntivite em cerca de 1 a 3% dos pacientes. As manifestações são leves e os casos bilaterais, rápidos e autolimitados. O paciente pode perceber os olhos discretamente vermelhos, lacrimejamento e desconforto discreto”, explica. 

Apesar de não ser comum o acometimento ocular na Covid-19, há diversos relatos clínicos de problemas visuais que vão além da conjuntivite.

“Os relatos indicam que alguns indivíduos apresentam fotofobia, que é a sensibilidade à luz e ceratite. Mas, raramente pode haver baixa de visão por acometimento do nervo óptico, além de paralisias de nervos cranianos e até oclusões arteriais e venosas da retina. Algumas alterações são decorrentes da ação direta do vírus e outras do estado inflamatório e de hipercoagulabilidade próprios da doença”, detalha Ana Luísa. 


Segundo a especialista, por se tratar de uma doença considerada nova é possível que outras manifestações venham a ser associadas no futuro. Também é difícil determinar uma relação causal direta e mais estudos são necessários para determinar se todas são realmente causadas pela Covid.


Caso o paciente perceba qualquer alteração visual é importante procurar o oftalmologista. Durante a pandemia, alguns especialistas estão atendendo na modalidade de teleconsulta e orientação remota, que podem ajudar na triagem de casos que precisam de atendimento presencial e podem tranquilizar o paciente em casos leves.


Ana Luísa ainda dicas para manter os cuidados em relação à saúde dos olhos, não interrompendo tratamento e acompanhamento de doenças crônicas como o glaucoma. Um outro problema frequente que vem sendo relatado é a questão do olho seco, que pode estar associado ao uso inapropriado das máscaras. Quando o item está mal adaptado, com o fluxo de ar direcionado para os olhos, pode aumentar a evaporação da lágrima e levar a sintomas de olho seco.

“Também devemos lembrar que a mucosa conjuntival pode ser porta de entrada do vírus e por isso deve ser protegida com face shield e óculos de proteção, em determinadas situações em que há alto risco de exposição ao vírus. Nesse momento crítico da epidemia é importante manter o distanciamento social, usar máscaras de  boa qualidade e bem adaptadas ao rosto. Além disso, não se pode esquecer de manter o afastamento de 2 metros em filas e ambientes fechados, caprichar na higiene das mãos e tomar a vacina quando chegar a sua vez”, pontua a oftalmologista.

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