Omoda & Jaecoo chega ao Brasil com plano de produção já em 2025

09/ago 13:50
Por Eduardo Laguna / Estadão

A Omoda & Jaecoo (O&J), marca do grupo Chery, entrou na reta final do plano de desembarque no Brasil, com o lançamento de seus dois primeiros utilitários esportivos (SUVs, na sigla em inglês) marcado para o primeiro trimestre do ano que vem. Também para 2025 está previsto o início da produção no País, porém ainda sem confirmação se será terceirizada ou se os carros serão montados numa das duas fábricas de sua sociedade com o grupo Caoa.

O lançamento da marca no mercado brasileiro já recebe investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões. Os recursos foram aportados pela matriz chinesa para as primeiras contratações, tanto de pessoal quanto de fornecedores, abertura de escritório central e outras atividades essenciais.

Nos três primeiros meses de 2025, chegarão os dois primeiros modelos: o Omoda 5, que é um SUV compacto; e o Jaecoo 7, um SUV médio. Os carros serão vendidos por uma rede que começa com 50 concessionárias e deve chegar a 150 revendas nos primeiros três anos da operação, período no qual o portfólio subirá de dois para seis modelos.

O Omoda 5 terá versões tanto híbrida leve – na qual o motor convencional movido a gasolina conta com o auxílio de um propulsor elétrico de menor porte – quanto 100% elétrica. Já o Jaecoo 7 virá na versão híbrida plug-in, na qual a bateria do motor elétrico é recarregada na tomada.

A montadora, porém, promete diversidade na motorização, de modo que, se o mercado demandar, vai oferecer também veículos de propulsão convencional, isto é, que têm apenas gasolina como combustível. Enquanto o Omoda é a linha urbana da montadora, o Jaecoo é projetado para rodar também em pistas não asfaltadas, o chamado fora-de-estrada, ou off-road.

A produção local, conforme a empresa, ainda depende da conclusão de negociações. A montadora diz que não fechou o local e não abre informações sobre a data exata de inauguração, assim como qual será a capacidade de produção. A parceria da Chery com a Caoa conta com uma fábrica em Anápolis (GO), onde são produzidos utilitários esportivos e estão sendo investidos R$ 3 bilhões, além de uma unidade em Jacareí, no interior de São Paulo, que está fechada já há dois anos, mas com promessa de reabertura.

Chefe de vendas e de desenvolvimento de revendas da Omoda & Jaecoo, Felipe Amaral conta, no entanto, que a montagem dos carros na fábrica de outra montadora também é uma possibilidade. “Terceirizar a fabricação é muito comum na China, e você nota que há uma ociosidade quando olha para a capacidade de produção de muitas montadoras. Obviamente que para produzir a partir do ano que vem, não vamos construir uma fábrica nova. Tem algumas possibilidades que não são só as fábricas da Chery”, afirma o executivo.

Segundo Amaral, a importação de carros da China é apenas o ponto de partida da marca no Brasil. Para ter uma participação relevante no mercado, será necessário produzir os carros no País, mesmo que inicialmente numa linha que faça apenas a montagem de componentes vindos do exterior. “É importante para garantir não só a perenidade do negócio, mas também a segurança para o cliente”, comenta.

“Posso cravar que já temos a produção local desenhada e com plano em execução, para a partir do próximo ano ter algumas unidades fabricadas aqui no Brasil”, acrescenta o chefe de vendas, contando também que a linha será uma base de exportação a outros mercados vizinhos do continente.

O objetivo é chegar a 30 mil carros vendidos por ano na primeira fase de introdução da marca no Brasil. Os detalhes do plano da Omoda & Jaecoo foram divulgados nesta sexta-feira durante o Festival de Interlagos, evento que começou neste dia 9 de agosto e vai até domingo com uma série de atrações, como shows de música, exposições de carros e test drive, no autódromo de Interlagos.

O Brasil está na rota do projeto de internacionalização que prevê a entrada da Omoda & Jaecoo em até 60 novos mercados entre 2024 e 2026. A marca foi a primeira do grupo Chery a entrar na Europa e terá seus carros produzidos em uma fábrica comprada da Nissan na Espanha. A meta é chegar, até 2030, a 1,5 milhões de carros em mercados internacionais, o que representa 9,2% do total de SUVs vendidos fora da China, considerando na conta apenas as linhas produzidas pela Omoda & Jaecoo.

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