‘Onde ônibus não faz sentido, Prefeitura pode subsidiar über’, diz Marina Helena

20/set 21:47
Por Pedro Augusto Figueiredo / Estadão

A candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) disse nesta quinta-feira, 19, em sabatina do Estadão, que há casos em que ônibus deixaram de ser a melhor solução para o transporte público. Ela propõe que a Prefeitura subsidie viagens de transporte por aplicativo. “A cidade se espraiou tanto que, na periferia, não faz sentido colocar ônibus. Às vezes, vale mais a pena o governo subsidiar para a pessoa pegar um Uber.” A sabatina foi mediada pelo colunista Ricardo Corrêa, com participação do repórter especial Marcelo Godoy.

A sra. evita críticas mais diretas ao candidato Pablo Marçal, do PRTB. Como fazer para que o eleitorado que hoje está com ele migre para a candidatura da sra.?

O que eu vejo é que existe essa lenda de que a cidade é de esquerda, e não é isso que as pesquisas estão mostrando. Temos um eleitorado majoritariamente de direita e não tinha um candidato para representá-lo. O Marçal tem certas características em comum comigo: o fato de não ser da política, de se posicionar mais claramente na direita, nas questões que defende, como empreendedorismo, segurança, entre outras pautas. Mas a realidade é que o eleitor tem que decidir o que ele quer. Nossas experiências de vida são diferentes.

No debate da RedeTV!, a sra. afirmou que a candidata do PSB, Tabata Amaral, usaria um jatinho para visitar o namorado e teria de mostrar as provas. Mas, no Direito Penal brasileiro, quem acusa é que tem o ônus da prova. Quais provas a sra. tem?

Eu recebi essa informação de mais de uma fonte. Eu não acusei a Tabata de ter roubado ou de ter feito algo que ela não conseguiria comprovar. Se ela entrar no e-mail dela e digitar ‘Recife comprovante’, ela vai encontrar toda a documentação de todos os voos. É algo muito fácil de comprovar.

A sra. tem informações de fontes, mas não um documento que possa comprovar esses voos, é isso?

Informações bem sérias.

É comum ver PMs patrulhando as mesmas áreas que a Guarda Civil Metropolitana. Isso pode representar um desperdício de dinheiro, considerando que duas forças estão fazendo a mesma coisa. Qual é a proposta da sra.?

Não vejo dessa forma. Essas forças deveriam ser integradas. Hoje, a Prefeitura está apartada do governo do Estado. Temos dois centros de monitoramento de segurança da Prefeitura que não estão integrados com o Copom (Centro de Operações) da PM. Isso vejo como desperdício. A proposta é dobrar o efetivo (da GCM) e trabalhar em conjunto.

Sobre a Cracolândia, a sra. defende a internação compulsória ou apenas em casos específicos?

Os dados mostram que seis em cada dez pessoas naquela situação estão ali há mais de cinco, dez anos. Se chegamos a esse ponto, sou favorável à internação compulsória. Óbvio que isso não é feito com uma canetada. Acredito que o tratamento tem que ser individualizado. O que mais me preocupa é: fizemos requerimento de informações perguntando o que fazem as mais de 90 organizações sociais que atuam na Cracolândia, que recebem centenas de milhões do nosso dinheiro. Não obtivemos informações sobre taxa de sucesso. Então, precisamos de metas. Precisamos remunerar essas organizações sociais – e não estou falando só dessas organizações sociais, mas também na saúde e em outras áreas – de acordo com a taxa de sucesso.

A sra. propõe tarifas diferentes no transporte público. A ideia é aumentar a tarifa no horário de pico ou reduzir fora dessa horário?

A tarifa seria mantida no horário de pico e seria reduzida fora do horário de pico. O que acontece com isso? Você diminui o trânsito no horário de pico e isso tem ganhos para Prefeitura, economia, para todos. As pessoas não vão andar mais em lata de sardinha. Você consegue até reduzir a frota.

Qual é o plano para os corredores de ônibus?

A ideia é aumentar os corredores tanto de ônibus quanto de motos, a faixa azul. E a gente tem a ideia de onde não for possível estabelecer os corredores de motos também, que possam ser usadas as faixas de ônibus para isso. E, hoje, a cidade se espraiou tanto que, na periferia, não faz sentido colocar um ônibus. Às vezes, vale mais a pena o governo subsidiar para a pessoa, por exemplo, poder pegar um Uber.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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