Desde a tragédia de 2022, alguns tutores vêm enfrentando problemas na procura por casas que aceitem animais. Com a situação, muitas vezes os donos precisam doar os animais ou entregá-los para ONGs da cidade, por não encontrarem um local que os aceite.
Virginia Pereira, da ONG Somos Todos Protetores, destaca que recebe, em média, quatro relatos como esse por semana, em bairros diferentes. Ela também conta que passa pelo mesmo problema.
“O aluguel da casa ficou muito alto. Na verdade, o IPTU está muito alto e é quase o valor do aluguel. E aí eu comecei a procurar casa, e como eu tenho dez cães, simplesmente não encontro. E quando encontro, é um valor absurdo”, disse.
A protetora Carla Maduro, da ONG Irmão Animal, relata o mesmo problema e que toda semana a instituição é procurada por tutores que pedem acolhimento e novos adotantes para os animais.
“É uma realidade que vivemos desde a última grande enchente de 2022. A proibição muitas vezes já é feita no próprio anúncio do imóvel”, conta Carla.
“Normalmente, eles [os donos das residências] já colocam em imobiliárias e já vem dizendo que eles não querem porque os animais vão trazer problemas para os vizinhos ou vão destruir a casa. A maior parte aceita gato, um cachorro de pequeno porte e só. Eu já vi muitas pessoas pedindo para colocar os animais para adoção, porque elas não conseguem manter o aluguel. Então o proprietário aumenta o aluguel, ela começa a procurar uma nova casa e não tem como levar seu animal, porque ninguém aceita”, explicou Virginia.
Carla conta ainda que foram realizadas tentativas, em 2022, de conversas com alguns proprietários de residências, buscando ajuda e incentivando que liberassem os animais.
“Não obtivemos sucesso. E hoje, só vimos crescer as recusas”, finalizou.