Ônibus: prefeitura briga contra hoje, mas em 2023 foi à justiça para garantir o aumento

Como todos já sabem, a Justiça, em segunda instância, derrubou o presentinho de Natal que iríamos receber hoje com a tarifa de ônibus subindo para R$ 5,65. O Tribunal de Justiça do Estado analisou o recurso da prefeitura contra o aumento estabelecido semana passada pela 4ª Vara Cível e mandou suspender. O TJ entendeu que não dava para reajustar sem que a prefeitura, que é o poder concedente, fosse ouvida sobre o percentual. Mesmo que o sindicato das empresas tenha apresentado sua planilha ao juiz, a outra parte precisaria se manifestar.

Nem aí

O sindicato das empresas diz que protocolou ofício na CPTrans apresentando o estudo atualizado da planilha de custos do sistema em outubro. Além disso, tratou do assunto nas reuniões ordinárias do Comutran, nos dias 14 de outubro e 11 de novembro, e pediu uma reunião extraordinária para tratar do tema, mas a prefeitura fingiu que não ouviu.

Bomba estoura mais na frente

Esse empurrar com a barriga deu no que deu, com as empresas tentando na Justiça o aumento. Agora, a discussão sobre se deve ou não haver reajuste, ou em que percentual, vai cair no colo de Hingo Hammes, que já deve enfrentar desgaste logo no início da gestão. Isso, claro, se as empresas não conseguirem judicialmente aumentar a tarifa antes.

Ano passado podia

Lembra que em julho de 2023 a passagem subiu para os atuais R$ 5,30, aumento autorizado por Bomtempo? Na época, Hingo Hammes ingressou na Justiça contra o reajuste, mas a prefeitura recorreu e conseguiu mantê-lo.

Uma coisa é uma coisa…

Uma leitora da coluna mandou a seguinte questão: “As empresas de ônibus não estão recebendo o valor do vale-educação, certo? Algo em torno de R$ 5,7 milhões. Por que não entram na Justiça para receber esse valor? Por que pedir aumento para cobrir esse rombo da prefeitura? Não é justo de novo o povo pagar pelos erros de gestão.” E a gente assina embaixo.

Era para ser menor

É que o povo tem memória curta. Em maio deste ano, um relatório produzido pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GATE/MPRJ) apontava que o preço da passagem de ônibus em Petrópolis deveria ser reduzido. O estudo foi realizado com base nos dados enviados pela CPTrans e pelo Setranspetro. Então, há pouco mais de seis meses, precisava ser menor. Agora, as empresas pedem reajuste, e quase que a Justiça autoriza.

Pagando o pato

Antes, durante e depois da campanha, Bomtempo e Thiago Damaceno, eleito vereador, disseram que estavam resolvendo a questão do transporte público em Petrópolis. Isso, com a Turp e a Cidade Real assumindo as linhas das falecidas Petro Ita e Cascatinha. Resolvendo como? Porque, se rolar aumento agora e quem paga a passagem é o usuário, quem está resolvendo é o povo…

Contagem I

Petrópolis está há 1 ano e 220 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contagem II

Faltam 12 dias para Petrópolis virar a página.

A que ponto chegou

É grave e piora a cada dia a situação da coleta de lixo na cidade. Com montanhas de detritos acumuladas nas ruas, a proliferação de ratos e baratas é visível. Afeta moradores e empresas. Uma empresa do ramo de alimentação, em Itaipava, relatou que a dedetização e desratização, mantidas em dia, foram para o brejo. Por isso, teve de contratar uma coleta de lixo particular.

Caixões descartados continuam lá

Depois de escancarada pela imprensa a má gestão do cemitério do Centro, com caixões usados largados entre os mausoléus e sepulturas – até mesmo sobre os túmulos –, qual foi a providência tomada pela Secretaria de Segurança, Serviços e Ordem Pública? Mandaram tirar dali e levar para outro local dentro do próprio cemitério. Pelo menos foi o que funcionários contaram aos policiais que estiveram lá investigando as responsabilidades. Mas, gente… O material precisa ser incinerado corretamente e fora dali! É caso de saúde pública. Elias Montes, direitista que embarcou na gestão Bomtempo e é titular da pasta, apanha bem nas redes sociais.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br