Ônibus turístico exclui distritos e gera polêmica
O anúncio da criação de uma linha de ônibus para city tour está provocando polêmica na cidade. Empresários do setor de turismo ligados ao Petrópolis Convention & Visitors Bureau dizem que a lei publicada pela Prefeitura no Diário Oficial é muito diferente da que foi proposta pela entidade e testada por profissionais do setor. A Lei 7.626, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Bernardo Rossi, prevê a criação de linha que passará por sete atrações turísticos, deixando de fora os distritos, os polos de moda da Rua Teresa, Bingen e Feirinha de Itaipava, além do polo moveleiro e da rota cervejeira.
Para os empresários, que há meses, junto de associações e instituições, vinham discutindo e fazendo testes para que o ônibus turístico contemplasse a integração das atrações, tanto no Centro Histórico, como nos distritos, as necessidades dos profissionais e empresários de entidades ligadas ao Turismo da cidade não foram levados em consideração.
“Estamos indignados com a forma como o governo conduziu esse processo. A lei foi publicada à revelia, excluiu o trabalho de todos, não contemplou as nossas necessidades e mais uma vez deixou de lado os distritos, inviabilizando a ligação e o fomento da economia de uma ponta a outra da nossa cidade”, destacou o presidente do PC&VB, Samir El Ghaoui, frisando que o prefeito, representantes da sua equipe de governo, além do presidente da Câmara, Paulo Igor, e diversos outros vereadores participaram de todo o processo, inclusive de uma das viagens experimentais de parte do trajeto.
No projeto original, o City Tour atenderia o Centro Histórico passando por Itaipava, até Pedro do Rio, contemplando atrativos turísticos, polos de moda e moveleiro, circuitos cervejeiro, gastronômico, o comércio e também a rede hoteleira. Toda a proposta foi pensada e organizada num trabalho conjunto entre o PC&VB, Única-Fácil, representantes dos polos de moda, das associações ligadas ao setor cervejeiro, da Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, além de vários empresários ligados ao trade turístico, e contou ainda com a participação de representantes do governo municipal.
A vice-presidente do Conselho Municipal de Turismo, Luciana Viveiros, afirmou que o projeto de lei não passou pelo Comtur. “Falta muito diálogo e aproximação da comissão de turismo da Câmara com o trade. Todos os que pensam e estão trabalhando pelo Turismo devem estar alinhados para que essas falham sejam evitadas”.
“Estou sem entender o motivo dessa mudança sem ao menos uma consulta a todos os que trabalharam para a concretização desse projeto, que tinha o intuito de não só ligar a cidade economicamente, como também garantir ao turista a experiência de vivenciar e conhecer tudo o que Petrópolis tem a oferecer. Nos comprometemos com todos os empresários dos polos de moda, que estavam ansiosos esperando por essa lei, que lamentavelmente excluiu o turismo de compras”, ressaltou a presidente da Associação da Rua Teresa, Cláudia Pires.
O presidente da Associação das Microcervejarias, José Renato Romão, finalizou declarando que o setor cervejeiro da cidade está na expectativa de que a lei seja readequada para contemplar a proposta original apresentada por todo o trade.