Operação Papai Noel: do outro lado da história

05/12/2016 17:58

O Natal se aproxima, e mesmo com a crise econômica, milhões de brasileiros já estão indo às ruas para fazer as compras de fim de ano. Com aumento do movimento, cresce também o número de vendedores ambulantes não regularizados, que tentam algum lucro em meio às ruas movimentadas dos centros urbanos. 

Apesar da fiscalização da operação “Papai Noel” estar em andamento até o próximo dia 24, véspera do Natal, a presença dos ambulantes em grande parte do centro-histórico ainda é marcante. Na tarde desta segunda-feira (6), pelo menos oito vendedores montaram bancas nas ruas Paulo Barbosa, Caldas Vianna e Imperador, na região próxima à Igreja do Rosário. Nelas estavam sendo vendidos raladores de legumes, pulseiras, relógios, capas para celular, doces, salgados, acessórios eletrônicos para celulares e notebooks como cartões de memória e até sapatos. 

Adriano Nunes, de 38 anos, que está há dois desempregado, é um dos que tentam a vida trabalhando com venda de produtos nas ruas. O ambulante está há dois anos desempregado e vende paçocas nos semáforos da cidade. “Estamos na luta para sustentar a família. Sempre trabalhando, isso que importa”, explicou. 

Um outro homem, que preferiu não se identificar, veio da Paraíba para tentar a vida em Petrópolis. “Moro aqui no Alto da Serra, com minha família, porque lá está muito pior do que aqui”, alegou. Questionado pela Tribuna sobre a presença da fiscalização, ele disse: “Eles estão fazendo o trabalho deles, e eu estou fazendo o meu. Tenho filhos para criar e uma família para sustentar. Não posso deixá-los na mão. Não estou cometendo crime nenhum que possa prejudicar alguém, apenas estou garantindo o sustento mínimo dos meus filhos, sem matar, sem roubar e sem desrespeitar as leis de Deus”, contou, emocionado. 

A Secretaria de Fazenda não informou sobre a quantidade de produto apreendido até esta segunda-feira (6). 

Comerciantes aprovam fiscalização

O trabalho de fiscalização foi muito bem visto pelos comerciantes locais. Paulo César Aguiar, dono de uma loja de calçados da Rua do Imperador disse que a operação garante a justiça no mundo do comércio. “A gente está aqui pagando aluguéis altíssimos, além de muitos impostos, tudo isso para manter a regularidade e estar de acordo com a legislação, da qual discordamos, mas respeitamos. Não estamos apoiando a operação de fiscalização para prejudicar os ambulantes, mas precisamos que a lei seja válida para todos. Se eu não posso, eles também não”, explicou. 

Saiba mais sobre a Operação Papai Noel.

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