Operação Sala Vip cumpre mandados de busca e apreensão na Câmara

11/01/2019 09:30

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos (SUBCDH/MPRJ), e a Polícia Civil realizam a Operação Sala VIP, na manhã desta  sexta-feira (11), para o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em endereços de vereadores, empresários e  na sede da Câmara Municipal de Petrópolis. Foram denunciados o ex-vereador Marcos Luiz Bernardes Souza, o Marcos Montanha; os vereadores Paulo Igor da Silva Carelli, o Paulo Igor; Ronaldo Luiz de Azevedo Carvalho, o Ronaldão; Luiz Antônio Pereira Aguiar, o Luizinho Sorriso; Reinaldo Meirelles da Sá, conhecido como Meirelles; e Wanderley Braga Taboada, o Wanderley Taboada.

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Batizada de Sala VIP em alusão ao local na Câmara onde era feita a distribuição da propina pelo então vereador presidente Paulo Igor, a operação é um desdobramento da Operação Caminho do Ouro, deflagrada em abril do ano passado e que resultou na prisão de Paulo Igor e do vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, além da apreensão de aproximadamente R$ 155 mil na casa de Paulo Igor. Naquela ocasião, as cédulas estavam divididas em 15 maços de dinheiro – cinco deles contendo papéis com as inscrições de apelidos e iniciais dos nomes de vereadores agora denunciados.

Na mesma operação, também foram apreendidos cerca de R$ 239 mil em espécie na residência do denunciado Wilson da Costa Ritto Filho, empresário que respondia pela Elfe Soluções em Serviços LTDA, sociedade que foi favorecida em licitação fraudulenta ocorrida na Câmara Municipal de Petrópolis.

Técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) concluíram ser de Paulo Igor a caligrafia aposta nos pedaços de papel que identificavam o apelido e as iniciais dos demais vereadores destinatários da propina. Além disso, o material apreendido corrobora precisamente o teor de colaboração premiada firmada com o MPRJ e a Polícia Civil, já homologada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

A denúncia aponta que, de janeiro de 2013 até dezembro de 2016, o denunciado Paulo Igor, em busca de controle político na Casa Legislativa, cooptou outros vereadores, oferecendo pagamento de verba mensal para obter a maioria de votos na Casa e, ainda, com o intuito de manter-se no cargo de Presidente da Câmara.

A investigação apurou que os valores recebidos pelo então presidente da Câmara para posterior distribuição aos demais era de origem ilícita, resultante de corrupção decorrente das verbas municipais desviadas de pagamentos superfaturados às empresas contratadas pela Câmara Municipal. O Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ), constatou, por exemplo, sobrepreço de R$ 1 milhão em contrato com a Elfe Solução em Serviços, além de mais de R$ 400 mil de superfaturamento na contratação da Crystal Service Conservação, entre outras irregularidades.

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