Oremos pela paz
O mundo, especialmente o Oriente Médio, há muito vem atravessando momentos de tumulto.
Na realidade, no tocante à Síria, a questão encontra-se relacionada a um levante do povo, ocorrido há sete anos contra o presidente Bashar al-Assad, transformando-se em uma guerra civil, sendo que em decorrência dessa tragédia já pereceram mais de 350 mil pessoas, com a devastação de cidades e do patrimônio cultural do país, além de bairros inteiramente destruídos.
Todavia, na semana que se findou os governos de três importantes nações decidiram bombardear pontos estratégicos da cidade de Damasco, capital da Síria.
As justificativas apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, objetivando tal decisão, se basearam na premissa de que o governo sírio se utilizara de armas químicas no sentido de aniquilar seus adversários civis, inocentes, como crianças.
A iniciativa americana recebeu a acolhida dos governos do Reino Unido e da França; entretanto, ainda na Europa, se abstiveram Alemanha e Itália, mediante o entendimento de que a diplomacia seria o caminho mais plausível para resolver os embates e evitar maiores tragédias.
O presidente da Rússia, entretanto, incomodado, fiel aliado do governo sírio, juntamente com o Irã, acabou por ser derrotado no âmbito da Organização das Nações Unidas ao pretender ver condenada a atitude bélica dos três países, julgados agressores.
A mídia nos mostra, por outro lado, a propósito dos ataques do governo sírio com homens, mulheres e crianças a desfalecerem em razão da suposta utilização de armas químicas, diga-se de passagem, vedadas de serem usadas por decisão da ONU, em época remota.
Não nos esqueçamos, por outra vertente, que a própria mídia, através de entrevistas levadas a termo com notáveis, especialistas em relações de política internacional, sustenta que tais ataques não vêm se concretizando através de citadas armas, argumento de que se vale, também, o dirigente sírio.
Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, cidadão de personalidade polêmica, não titubeou em conclamar o apoio de franceses e ingleses em favor de sua iniciativa.
A prevalecer, na realidade, é que milhares de pessoas vêm perdendo a vida por força de os governantes não se entenderem, deixando de recorrer ao diálogo diplomático, como justamente defendem França e Inglaterra e até o presidente brasileiro.
Assim é que enquanto prevalecer a violência e a intolerância, ainda que o mundo já haja alcançado importantes avanços em diversos campos, guerras e conflitos continuarão a existir e inocentes a perderem a vida, diante das mais assustadoras atitudes de governantes autoritários.
Aproxima-se a Copa do Mundo a se realizar na Rússia; os preparativos estão adiantados, contudo dirigentes maiores teimam em não prosseguir com o diálogo, sofrendo, em consequência as pessoas, especialmente os inocentes; haverá tranquilidade durante este evento? Indaga-se.
Diante do quadro que se atravessa, de difícil equacionamento por todas as razões já dispostas, aproveitamos as lições do jovem escritor André Gandolfo, na obra “Ubuntu”, quando relembra o extraordinário Stephen Hawking, pág. 30 da obra citada: “Durante milhões de anos, a humanidade viveu exatamente como animais. Então aconteceu alguma coisa que desencadeou o poder de nossa imaginação. Nós aprendemos a falar e aprendemos a ouvir”.
Muitos, todavia, por esse mundo afora continuam “mudos e surdos”.
Oremos, pois, pela paz e pelo diálogo.