Outubro Rosa: campanha visa destacar a importância da prevenção do câncer de mama

12/out 08:16
Por Maria Julia Souza I Foto: Arquivo

Mulher: seu corpo, sua vida. Esse é o tema da campanha do Ministério da Saúde em 2024 para conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero, em alusão ao Outubro Rosa. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres, após o câncer de pele não melanoma.

A oncologista e oncogeneticista Livia Moura, coordenadora do serviço de oncologia da Unimed Petrópolis, destaca a importância da campanha.

“Outubro Rosa é uma campanha para a gente poder conscientizar as mulheres e os homens também, porque a gente tem sempre que lembrar que homem também tem câncer de mama. Mas é uma campanha mais voltada para o público feminino. Então é o momento onde a gente alerta, onde a gente mostra essa importância, o quanto é importante ter um diagnóstico precoce, porque [o diagnóstico precoce] ele muda muito a parte de sobrevida e é a única forma que a gente tem de conseguir curar o câncer da mama”, destacou a médica.

Para o Brasil, foram estimados 73,6 mil novos casos em 2024, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Esse tipo de câncer é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta idade a incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 17% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis. 

“Hoje em dia, a partir dos 50 anos, a gente já tem o aumento da incidência das mulheres terem câncer de mama e isso vai aumentando de uma forma gradual. E quando a gente tem pacientes com menos de 50 anos com diagnóstico de câncer de mama, a gente sempre tem que investigar para vermos o porque de um diagnóstico de câncer de mama em uma idade precoce”, explicou Livia.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero é o segundo tipo mais comum entre as mulheres no mundo, depois do câncer de mama, e a principal causa de morte por câncer entre mulheres em muitos países. No Brasil, é o terceiro tumor mais incidente na população feminina, com 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025, correspondendo a uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.

Prevenção

A oncologista reforça a importância de procurar orientação médica, como ginecologistas, mastologistas, oncologistas, ou outro especialista.

“Geralmente, a grande maioria são ginecologistas que atendem essas mulheres. Então procure os seus médicos para poder fazer a prevenção, os exames de check-up, que a gente fala que são os “exames de check-up ginecológicos femininos”, que inclui a mamografia e a ultrassonografia das mamas e das axilas. Também é válido nesse check-up da mulher, fazer o exame de sangue laboratorial, exame de urina, uma ultrassom transvaginal e o preventivo, para podermos fazer toda essa avaliação feminina anual”, orientou.

A médica também ressalta a importância da prevenção, em caso de histórico familiar do câncer de mama.

“Eu gosto sempre de dizer também que quando a mulher tem história familiar de câncer de mama, a prevenção tem que começar o quanto antes. A gente tem que personalizar e individualizar caso a caso. Hoje em dia, a Sociedade Brasileira de Mastologia indica a mulher a começar, a partir dos 40 anos, a fazer uma mamografia anual. Mas se a paciente tiver história na família, a gente pode adiantar esses exames, e aí a idade depende de cada caso”, ressaltou.

Diagnóstico

A especialista explica que o diagnóstico é feito através de uma biópsia de lesão, após o exame de mamografia detectar alguma alteração.

“A gente vai realizar uma biópsia, dependendo da indicação, vamos coletar um pedacinho daquela lesão que foi evidenciada no exame de imagem e vamos levar para a patologia, para avaliar o laudo histopatológico. E só ali, depois dessa biópsia realizada, que a gente vai ter um diagnóstico de um câncer da mama. Eu gosto sempre de frisar que o câncer da mama, no estágio inicial, é um câncer que a gente não palpa. É uma lesão impalpável. É uma lesão que a gente só vai descobrir realizando exames de imagem”, explicou.

Tratamento

Ela explica ainda que as formas de tratamento do câncer de mama envolvem vários fatores.

“A gente pode fazer tratamentos com quimioterapia neoadjuvante, que é feita antes da paciente operar; quimioterapia adjuvante, que a gente faz quando a paciente já operou; a gente trata com cirurgias, quando indicadas; radioterapia. A gente tem uma gama de possibilidades de tratamento da paciente com câncer de mama, e cada tipo [de câncer de mama] vai dizer o tipo de tratamento”, finalizou.

Últimas