Ovos de páscoa artesanais viram tendência e também saída para a crise

09/04/2017 07:00

Contas acumulando, salários atrasados, funcionários dispensados, produtos básicos cada vez mais caros. Essa tem sido a realidade da maior parte dos brasileiros nos últimos anos. Mas como era de se esperar o povo mais criativo do mundo não tem deixado a “peteca cair”. Na verdade muitos têm enfrentado o problema de uma forma bem doce! Isso mesmo, a venda de tortas, bombons, trufas, entre outros tipos de sobremesa, se tornou fonte de renda extra e em alguns casos até carro-chefe do orçamento familiar. Com a chegada da Páscoa não podia ser diferente o cheirinho de chocolate definitivamente tomou conta de Petrópolis diante tanta gente produzindo ovos artesanais. 

Nas redes sociais os anúncios são inúmeros. Familiares, amigos e/ou conhecidos, todos mobilizados em conseguir prosperar no setor gastronômico. O fato do produto ser mais barato, muitas vezes mais fresco e possuir menos conservantes se tornaram grandes atrativos, e têm feito esse mercado informal, em alguns casos, prosperar cada vez mais. O toque criativo dos novos produtores também fazem a diferença e acabam transformando o produto em um ótimo presente. Ainda mais no período da Páscoa. 

Na maior parte dos casos o amor por fazer doces já era antigo, mas faltava aquele incentivo para criar coragem e investir no próprio negócio. Quem tem uma história parecida com esta são as amigas e doceiras Mariana de Castro Basílio Mussel e Thais de Oliveira Hang, de 29 e 27 anos respectivamente. As duas estão há três anos trabalhando com venda de doces, e claro que a Páscoa é a data de maior faturamento. Em 2016 elas venderam 250 ovos de chocolate e este ano a expectativa é que 300 sejam vendidos. “Produzimos diversos doces o ano todo, mas claro que essa época é a melhor para gente. Como eles são mais baratos e menos industrializados do que os de marcas conhecidas acredito que a tendência de expansão desse mercado é grande”, considerou Mariana. 

A renda da petropolitana se tornou 40% do orçamento familiar. “Eu trabalhava em um escritório de contabilidade e sai para ser autônoma, mas o negócio não deu muito certo e ai Thais deu a ideia de trabalharmos com doces. Tem dado muito certo e já temos a nossa clientela fiel!”, disse contente. Já a estudante Beatriz Louise Santos Renato de 24 anos, viu nos doces uma forma de conseguir se bancar sozinha e comprar o enxoval do primeiro filho. Grávida de sete meses ela afirma que como sempre gostou de fazer doces enxergou no ramo uma forma de ganhar o próprio dinheiro. Ela, que mora de aluguel com a avó e divide as despesas da casa, espera ainda que após ter o filho consiga voltar a faculdade de direito com a renda extra. 

“Eu sempre amei cozinhar e tenho facilidade. Diante disso, em 2016 decidi fazer doces para vender mas fiz pouca divulgação então vendi cerca de 19 ovos na época. Mas este ano criei, quando descobri estar grávida tive o gás que precisava para focar no negócio. Por isso um mês antes da Páscoa criei o Atelier Louise e já tenho 30 encomendas. Pretendo expandir o negócio e de trabalhar apenas com isso!”, contou animada. Apesar de o retorno financeiro ainda não ser tão grande, o dinheiro tem sido suficiente para pagar as contas e comprar presentes para o neném que está prestes a chegar. A intenção é fechar 2017 totalmente independente financeiramente e bem sucedida no novo desafio, já que ela afirma que mesmo ingressando em outro ramo não pretende deixar a fabricação de doces de lado. 

Stephane Rocha, que mora no distrito de Pedro do Rio, tem uma história parecida. Decidiu trabalhar com doces, a pouco menos de um ano, depois de ter o segundo filho. “Tive que encontrar uma forma de ajudar com as despesas. Ainda mais diante da situação que a maior parte das pessoas vive atualmente. Esse ano me aventurei na fabricação de ovos de Páscoa e já tenho 50 ovos encomendados. Essa renda vai me ajudar com as minhas filhas! Antes eu atuava como depiladora e posso dizer que me sinto muito feliz na minha nova escolha de mercado”, contou.

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