Pacientes do Hospital Alcides Carneiro relatam demora no atendimento para realização de exames e cirurgias

27/03/2023 15:37
Por Helen Salgado

A demora no atendimento para realização de exames e cirurgias são as principais queixas dos pacientes do Hospital Alcides Carneiro (HAC) – o maior hospital municipal de Petrópolis. Dentre os inúmeros pacientes que aguardam serem chamados para realizar exames e cirurgias está André Luís Rodrigues, que sofre com problemas do estômago e depende do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ele conta que aguarda há cerca de 14 meses para realizar uma endoscopia digestiva. No início do ano passado, André deu entrada no procedimento, mas até o momento não foi chamado. Enquanto isso, o paciente sofre com as dores estomacais e não consegue dar andamento no tratamento por ainda não ter realizado o exame.

Carlos Alberto é companheiro de André e foi informado, no próprio Hospital Alcides Carneiro, que as equipes estão atendendo os pacientes ainda de 2020. “O Alcides Carneiro é uma vergonha, começando pelo atendimento, os médicos atendem muito mal. Acho que poderia ter um outro hospital público”, diz.

Estacionamento no local também é alvo de reclamações

Além desses problemas, a Tribuna publicou recentemente sobre a dificuldade que os estagiários do hospital estão tendo em estacionar os seus veículos no local.

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O que diz a Prefeitura

O Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (Sehac) informou que tem realizado diversas ampliações de oferta de exames, cirurgias e procedimentos para mitigar as filas que foram herdadas em dezembro de 2021, quando a atual gestão assumiu a administração do HAC e possuía pacientes em espera desde 2019.

“As ressonâncias magnéticas, por exemplo, passaram a ser realizadas também à noite e durante a madrugada, de segunda a sábado, e em turnos extras, aos domingos. Além disso, contava com uma fila de espera de mais de 5200 pacientes em dezembro de 2021, que reduziu 57% em menos de um ano. O tempo de espera caiu, de um ano e cinco meses, para um mês (sem contraste) e para cinco meses (com contraste).

A fila para endoscopias, que tiveram a oferta ampliada em quase 100% no mês de agosto de 2022, contava com mais de 4200 pessoas. O tempo médio de espera caiu de três anos e três meses para um ano. A fila foi reduzida em 34% no último semestre.

As histeroscopias tiveram redução ainda mais expressiva no período. Eram 450 pessoas aguardando cerca de um ano pelo procedimento, atualmente são apenas 76 pacientes, o que representa uma redução de 83%. O tempo de espera é de um mês.

As cirurgias eletivas, que desde agosto de 2022 também passaram a ser realizadas aos sábados – e à noite, de segunda à sexta-feira, desde o início de março, apresentaram um aumento de cerca de 23%. Só no mês de janeiro foram feitas 542 cirurgias, superando a meta anual em 40%.

As colonoscopias tiveram uma ampliação de ofertas no início de março, com a implantação de turnos extras aos sábados, elevando o número de procedimentos de 120 para 160 por mês.

Em dezembro de 2021, mais de 2 mil pacientes aguardavam exames, procedimentos e cirurgias solicitadas em 2020, número que foi reduzido para 134 nos últimos 12 meses.”

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