Pais e filhos de olho na saúde

07/12/2018 09:50

Sempre alerta a nos lembrar sobre a saúde do homem, o Novembro Azul chega ao fim mas não podemos nos despedir dele sem antes falar também dos meninos. É que, desde cedo, as mães vão com as meninas aos ginecologistas, mas os pais não têm a cultura de levar os filhos aos urologistas. A campanha de conscientização é um alerta para a necessidade de mudanças de hábitos. Se em relação aos homens uma das preocupações dos médicos é a incidência do tumor maligno de próstata, os mais jovens também correm riscos como o câncer de testículo.

Para o menino há indicação do exame da genitália externa para detecção de patologias como fimose, hidrocele (líquido derramado intraescrotal), varicocele (varizes escrotais) e criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal). No jovem e no homem maduro, o autoexame do testículo poderá determinar a presença de câncer testicular.

Já a inspeção da uretra pode detectar a presença de secreções uretrais (DSTs). O autoexame masculino poderá determinar a presença de verrugas próprias do HPV, ulcerações compatíveis com herpes ou mesmo com cancro sifilítico.

Tanto para os adultos como para os meninos é sempre importante ficar de olho na higiene. A tendência é que o câncer de pênis desapareça, com a maior conscientização da população mundial sobre a higiene, apontam estudos na área médica.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo a atingir a população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a estimativa de novos casos é de 68.220 e o número de mortes é de cerca de 14 mil por ano. Por isso, vale sempre ressaltar a importância da realização dos exames preventivos. Eles não visam evitar a doença, mas diagnosticá-la precocemente e com isto permitir a instituição de um tratamento precoce, o que pode levar a evitar as mortes.

Outra arma contra a doença é o exame do toque transretal da próstata. Através do exame digital da glândula, o urologista pode avaliar o seu tamanho, a superfície, os contornos, a mobilidade, a sensibilidade e especialmente a consistência. É o toque com o dedo que indica se a próstata está dura ou se possui nódulos, e esses dados podem falar sobre a existência de um câncer.

O toque deve ser feito em paralelo ao exame de sangue que verifica a dosagem de uma enzima produzida pela próstata, chamada de PSA. A análise pode falhar em até 16% dos casos. Um exame não exclui o outro. Existe também a ultrassonografia da próstata, que pode falhar em mais de 40% dos casos. Recentemente, exames de imagem mais sofisticados, tais como a RM funcional prostática e até o PET-CT de PSMA, vieram trazer subsídios valiosos para o diagnóstico. A conjunção de todos esses exames pode diminuir o número de falhas na detecção quando bem utilizados. 

O toque prostático ajuda a diagnosticar e a diferenciar a hipertrofia benigna da próstata e o câncer da próstata. Se o paciente apresenta um histórico familiar de câncer de próstata, de mama e de cólon recomenda-se que o primeiro exame seja feito entre 40 e 45 anos e, depois, anualmente. Podemos incluir no rol das pessoas de risco também os afrodescendentes, já que a incidência de câncer de próstata é maior entre eles. O recomendável é fazer o exame após os 50 e repeti-lo todos os anos.

É preciso ficar sempre atento às mudanças do nosso corpo, sem medos. Quanto mais cedo aprendermos a lição, melhor para a nossa saúde e a de quem amamos. 

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