Pais e irmão de Stefanini vão à Júri Popular na próxima quarta-feira

09/11/2016 18:17

Os pais e o irmão da jovem Stefanini Monken da Conceição vão à Juri Popular na próxima quarta-feira (16). Eles são acusados de matarem a jovem no ano de 2011. O julgamento acontecerá às 10h no Fórum Regional do distrito de Itaipava. O pai, Celso da Conceição, a mãe Andrea Helena de Freitas Monken e o irmão Wesdra Freitas Monken da Conceição, que na época do crime tinha 16 anos, foram indiciados por diversos crimes, e a pena maior, que é a de Celso, pode chegar aos 30 anos de prisão.

O crime aconteceu em 2011, quando Stefanini, que tinha 18 anos, foi dada como desaparecida e suas fotos tomaram as capas dos principais jornais da região. A jovem morava num sítio no Monte Florido, na Estrada da Saudade, e teria se perdido no caminho para a escola. Na ocasião uma ocorrência de desaparecimento chegou a ser registrada na 105 ª Delegacia do Retiro, pelo próprio pai da vítima. As investigações sobre o desaparecimento de Stefanini tomaram grandes proporções e passaram pelas mãos de três delegados.

A família da jovem espalhou cartazes e chegou até a promover campanhas com a intenção de encontrá-la. O caso gerou grande comoção na cidade. 

Até meados de maio do ano passado, a jovem era dada como desaparecida, mas novas provas acabaram provocando uma reviravolta no caso. O resultado de um exame de DNA feito em um osso encontrado por um cachorro em maio de 2013 no sítio onde Stefanini morava comprovou que se tratava do fêmur da vítima. 

Com as novas provas, Celso, Andrea e Wesdra tiveram a prisão preventiva decretada, mas não foram encontrados em casa. A Polícia então cruzou algumas informações e encontrou a família vivendo em um sítio, na cidade de Maricá, região metropolitana do Rio. Dentro do imóvel, alguns detalhes chamaram a atenção da Polícia, como um altar com o nome do delegado titular de Petrópolis, Dr. Alexandre Ziehe, e alguns objetos usados por Stefanini, como mochila, caderno e estojo. 

Depois do andamento das investigações, o Ministério Público do Estado denunciou o caso, alegando que Celso teria batido em Stefanini até matá-la. No documento do MP, o texto afirma que o pai agiu por motivo fútil porque a vítima ia começar a trabalhar e tinha intenção de sair de casa para viver com o namorado, "o que acabaria privando o pai das rendas e serviços que a vítima fazia", diz o trecho da denúncia. 

Depois de preso, Celso foi trazido a Petrópolis, onde contou à polícia uma versão totalmente diferente do que havia sido falado anteriormente, quando sua filha era dada como desaparecida. O pai da menina disse que a agrediu numa discussão, e que ficou desesperado depois de perceber que ela tinha perdido a consciência. Assim, ele acabou tentando dar um destino ao corpo da filha, com medo de ser incriminado. Seu depoimento foi gravado e teve alguns trechos divulgados por jornais da capital fluminense. 

Celso foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil com dois agravantes: ocultação de cadáver e fraude processual, por ter enganado a Polícia durante tanto tempo. Andrea, mãe da jovem, foi indiciada por ocultação de cadáver e fraude, assim como Wesdra, que tinha apenas 16 anos na época do crime.

Todos eles estão presos no complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, e devem subir a Serra no dia do julgamento em veículos escoltados pela Polícia Civil. 

Três denunciados não vão à Júri

Duas das pessoas denunciadas na ocasião, Ricardo Fragoso de Almeida e Yuri dos Santos Gargari, vizinhos da família, que responderiam por fraude processual, não irão a júri já que o crime prescreveu. Já o outro envolvido, Anderson de Melo Botelho, tio da jovem morta, foi impronunciado porque não houve convencimento da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de sua autoria ou de participação no crime.

"O processo de Tribunal do Juri é dividido em duas fases. Na primeira delas acontece a instrução criminal, quando o juiz interroga o réu, ouve todas as testemunhas e examina se manda o réu para a sessão plenária de julgamento popular, se o absolve sumariamente, ou se impronuncia para que ele não vá à juri popular. E foi isso que aconteceu com o sargento Botelho. Ele foi denunciado, respondeu o processo como acusado mas foi impronunciado porque não havia provas que o incriminassem", explicou o advogado J. Rodrigues da Cruz Lima.

Os vizinhos e o sargento da PM devem ter seus casos analisados separadamente

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