Pandemia faz disparar preços de insumos e equipamentos hospitalares

15/05/2020 19:58

O diretor do Hospital Clínico de Corrêas (HCC) Alexandre Pessurno denunciou na tarde desta sexta-feira (15), um  aumento abusivo dos preços dos insumos e equipamentos hospitalares a partir da segunda quinzena de março, quando os casos de Covid-19 começaram a ser confirmados em todo o país. Desde o início da pandemia, os custos diários para manter os equipamentos de proteção individual das equipes que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentaram cerca de 500%.

“Antes da pandemia, o custo diário com uma equipe de UTI, comprando capotes, luvas, máscaras, óculos, protetores e outros itens, girava em torno de R$ 1 mil. Agora, com essa procura por esses equipamentos, o meu custo passou para R$ 6 mil. Fica quase inviável”, lamentou o diretor. Segundo ele, quase todos os insumos e itens dos EPIs tiveram aumentos abusivos nesses últimos dois meses.

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De acordo com Alexandre, o aumento dos valores partiu dos fabricantes e está sendo repassado pelos fornecedores. “Procuramos vários fornecedores para tentar encontrar valores mais acessíveis, mas todos estão praticando esses preços abusivos. E além disso, o que também mudou após a pandemia são as condições de pagamento. Antes de março os pagamentos podiam ser feitos em 30, 60 e 90 dias. Agora, eles exigem depósito à vista”, disse o diretor.

Entre os itens que mais tiveram aumento abusivo, segundo Alexandre, são as máscaras N95, que apresentaram um reajuste de cerca de 700%. Antes da pandemia, cada unidade saía por R$5, mas agora não é encontrada por menos de R$40. Já as caixas de luvas de procedimento tiveram um reajuste de mais de 186%. O pacote com 100, no início de março, custava R$14 e agora passou para R$40. Entre os medicamentos, o diretor cita a ampola de Omeprazol, que aumentou em torno de 450% neste período, passando de R$ 6 para 33 cada uma.

“Para atender a UTI do HCC que hoje tem 40 pacientes, precisamos de 1.200 caixas por mês. Com esse aumento abusivo vai chegar um momento que os hospitais não vão conseguir manter o trabalho”, ressaltou Alexandre. “Os protocolos de atendimento dos pacientes de Covid fizeram com que aumentássemos em 50% a demanda do uso de EPIs. Os custos estão altíssimos”, concluiu.

 

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