Papo de pescador 07/04/2017
Bom dia aos amigos da Tribuna de Petrópolis. Após algum tempo longe, retorno hoje para falar de um episódio ocorrido neste último mês de março, uma pescaria na Baía de Sepetiba.
Saindo do portinho de Itacuruçá com Reginaldo, o melhor Guia da região e grande amigo particular, que acompanha minhas pescarias há quase dez anos. No barco com mais dois amigos pescadores, buscávamos diversão, por isso tentávamos encontrar as tão esportivas Ubaranas. Peixe de corpo alongado e força extrema, que ataca qualquer isca em sua frente e quando fisgada nos proporciona muita adrenalina com seus incansáveis saltos acrobáticos.
Saímos bem cedo rumo a Itacuruçá, tomamos café na padaria perto do trilho do trem. Minha atenção se revezava entre o barulho bucólico do trem passando ao lado e a vontade de chegar logo ao barco. Naquele dia, não sei o motivo, estava muito ansioso para pescar. Parecia a primeira vez!
Chegamos. Pulei logo no barco com as tralhas e enquanto navegávamos até o ponto de pesca, já montei o material. Trabalhando com material super leve que proporciona uma briga feroz e intensa com qualquer peixinho: Vara de 4-8 Libras, carretilha perfil baixo com 150metros de linha multifilamento 0,18mm.
O primeiro arremesso foi com uma isca de superfície de 8cm do Nakamura. Lancei a Magic Stick e logo uma explosão. Estávamos dentro de um enorme cardume de pequenos Xaréus Olhudos. Pequenos, porém, muito valentes.
Todos no barco pegaram muitos xaréus, mas este não era nosso objetivo. Então, depois de muitas ações, resolvemos procurar outro ponto e após alguns minutos de navegação, chegamos no Cutiatá, uma pequena ilha com Lages de pedra ao redor, onde costuma sair bons exemplares.
Arremessamos bastante ao redor e apenas mais alguns pequenos xaréus.
Fomos para outro ponto que logo na chegada, nos surpreendemos com um enorme cardume de manjubinhas na superfície. Minhas expectativas aumentaram e minha adrenalina também. Meus sentidos me avisavam que ali havia peixe bom!
Iscas de superfície na água… muitos arremessos e nada. Passamos para iscas de meia água e ainda nada. Colocamos os jigs de metal e camarões de silicone, foi quando começamos a fisgar alguns peixes. Logo uma puxada bem forte no meu camarão. Uma tomada de linha e a varinha toda dobrada. Pensei logo: pronto, achei meu peixe, e pela puxada era em grande. Briga daqui, briga de lá e chegou ate a superfície. Era apenas mais um xaréu, que ao fisgado pela lateral do corpo, aumentou ainda mais sua força. Ficamos ali brincando por bastante tempo com os peixes, mas este ainda não era meu objetivo. Eu estava mesmo atrás de uma grande Ubarana.
O dia já estava acabando e o tempo ameaçando uma forte chuva quando paramos em outro ponto, o último antes de irmos embora.Depois de dois ou três arremessos, chegou aquela chuva gelada que escorria pelo rosto, mas a vontade de pescar não nos deixava ir embora. Iscas na água, muito trabalho e lá estavam os pequenos xaréus de novo atacando incessantemente. De repente, uma puxada diferente me deu um brilho nos olhos. Tomada de linha, barulho da carretilha soando como música nos meus ouvidos. Vara dobrando, força e habilidade para brigar com o peixe usando um material tão leve. Pela puxada sabia que não era nada grande, mas a briga estava boa. Chega à superfície um lindo peixe prateado com aquela lista preta característica: era um pequeno Robalo. Logo em seguida um dos amigos também fisgou um.
Nosso tempo de pescaria havia se esgotado.
Soltamos os robalos após algumas fotos e tomamos o rumo do portinho um pouco frustrados por não encontrar as grandes e briguentas Ubaranas, mas ansiosos pela próxima oportunidade de tentar pescá-las.