Para Haddad, alta do PIB deve ‘superar 2,7%, 2,8%’ em 2024

03/set 12:11
Por Amanda Pupo / Estadão

Com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que cresceu 1,4%, o governo “muito provavelmente” irá reestimar a previsão de crescimento da economia brasileira para 2024, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em sua avaliação, a alta da atividade neste ano deve “superar 2,7%, 2,8%”. A última previsão feita pela Secretaria de Política Econômica da pasta, em julho, manteve a estimativa em 2,5%. Neste mês, a SPE publicará sua grade de parâmetros atualizada.

Segundo Haddad, a revisão da projeção do PIB para este ano pode inclusive ensejar uma reprojeção das receitas para o próximo ano. Para 2025, a previsão da Fazenda é de que o PIB cresça 2,64%.

“Vamos analisar com calma, a peça orçamentária já está fechada, com o que foi feito em julho, mas de julho para cá o PIB evoluiu mais que imaginávamos na ocasião. Fechamos o orçamento com um PIB estimado de 2,5%, qualquer coisa para além disso vai se refletir no aumento de receitas proveniente do crescimento orgânico da economia”, afirmou Haddad, lembrando ainda que a projeção da SPE para o crescimento do segundo trimestre, “que estava para ser atualizada”, marcava avanço de 1,35%.

Nesta terça, a SPE do Ministério da Fazenda informou que deve aumentar a sua projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2024, de 2,4% para um nível próximo dos 2,9% de 2023, após a forte expansão da atividade no segundo trimestre deste ano.

Ministro diz que investimento garantirá crescimento com baixa inflação

Haddad disse que é o investimento que irá garantir o crescimento da economia brasileira com baixa inflação. A declaração foi dada ao comentar o resultado da atividade da indústria no segundo trimestre, que cresceu 1,8%, mais que o esperado. “A indústria voltou forte, a Formação Bruta de Capital Fixo está correspondendo, veio acima das projeções, o que significa mais investimento. Temos que olhar muito para investimento porque é ele que garantir crescimento com baixa inflação”, comentou.

Ao ser questionado se esse contexto indicaria um cenário sem pressão inflacionária, que, portanto, não pressionaria por aumento da Selic, o ministro respondeu que “tudo o que o governo quer” é a demanda puxada pelo investimento. “O crescimento com investimento maior é garantia de equilíbrio entre oferta e demanda”, respondeu.

Haddad mencionou também que algumas indústrias ainda estão com “muita margem” para crescer suas produções, mas ponderou que já existem setores que inspiram atenção. “Se não aumentar nossa capacidade instalada, vai chegar momento que teremos dificuldade de crescer sem inflação. Algumas indústrias ainda estão com muita margem para crescer a produção, mas isso não diz respeito à economia como um todo. Tem setores que já estão inspirando atenção e os investimentos vão ter que acelerar para que não haja gargalo na oferta”, afirmou.

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