Parabéns historiadora Fátima Argon!
Petrópolis é um celeiro de intelectuais. Entre esses luminares os eflúvios especiais e meritórios de hoje são destinados à historiadora, arquivista e pesquisadora Fátima Argon que tomou posse quarta-feira, dia 5 de junho, às 17h, como Sócia Honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro criado em 1838, que contou com o patronato de D. Pedro II.
Fotos: Oliveira Jr.
O imperador foi grande incentivador, financiador e doador, além de ter presidido mais de 500 sessões.
O Museu do IHGB por nós visitados preserva a história do Brasil através de objetos ligados à memória nacional.
O seu quadro social conta com nomes da política, das letras, da magistratura, do magistério e de outras áreas.
O discurso de saudação e recepção coube ao sócio titular Pedro Karp Vasquez, escritor, tradutor, fotógrafo, curador e administrador cultural. Elegante e simpático discorreu sobre a ilustre homenageada com elegância e descontração.
Fátima foi introduzida ao recinto pelos sócios titulares do IHGB, Dra. Vera Cabana, Dra. Ana Pessoa e Dr. Jaime Antunes da Silva.
A sessão solene foi presidida pelo Presidente do IHGB, Dr. Victorino Coutinho Chermont de Miranda e a mesa foi composta pelo Vice-Presidente, Dr. Paulo Knauss de Mendonça; pela Secretária, Profa. Dra. Maria de Lourdes Viana Lyra; pelo Príncipe Dom Pedro Carlos de Orleans e Bragança; pelo Diretor do Museu Imperial, Prof. Maurício Vicente Ferreira Júnior; pelo Dr. Cleber Alves, Vice-Presidente da Academia Petropolitana de Letras e pelo Decano do Instituto Histórico de Petrópolis, Prof. Joaquim Eloy Duarte dos Santos.
Fotos: Oliveira Jr.
A família: Luiz Eduardo Buturini da Matta (marido), Ana Carolina Argon da Matta (filha), as irmãs Maria Elizabete, Maria do Carmo e Maria Neuza Argon, a cunhada Cláudia da Matta Manhães e o marido Luiz Marcelo Manhães.
Foto: Oliveira Jr.
Confrades e confreiras do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, do qual Fátima Argon também é sócia: Profa. Dra. Lená Medeiros de Menezes, Marco Santos, João Carlos Nara Júnior e Denise Porto.
O historiador Bruno da Silva Antunes Cerqueira, Presidente do Instituto Cultural Dona Isabel, com sede em Brasília- DF veio trazer o seu abraço à confreira Fátima.
Os convidados de Petrópolis também se fizeram presentes: Patrícia Alvim Rodrigues de Orleans e Bragança, Fernando Antonio de Souza da Costa, Vinicius Fernandes, Janine Meirelles dos Santos, Luciana Romaneli, Pedro Ivo Cipriano, Rosane de Freitas.
Fotos: Oliveira Jr.
Colegas do Museu Imperial Claudia Costa (Coordenadora Técnica), Alessandra Fraguas, Lucas Ventura; do Centro Alceu Amoroso Lima, Matheus Teixeira; Colegas da Companhia Imobiliária de Petrópolis, Dra. Guilene Christiane Ladvocat Cintra e Raquel Gonçalves da Silva.
Presentes , também à sessão solene os historiadores Maria Inez Turazzi, Joaquim Marçal, Bebel Lenzi, Janaina Perrayon, Ana Paula Duque, Natália da Paz, as arquivistas do IHGB, Sônia de Lima e Iliana Ferreira Monteiro.
Fátima Argon apresentou a peça literária digna de uma Aula Magna.
Fotos: Oliveira Jr.
A conferência A harpista catalã Esmeralda Cervantes e sua presença no Brasil (1875-1901) contemplando as suas viagens e o período de vivência em Belém como também sua relação com a família imperial.
Esmeralda Cervantes, nome artístico de Clotilde Cerdá (1861-1926) foi também compositora, professora, escritora, gestora e filantropa. Esmeralda percorreu quase todo o mundo apresentando-se em concertos: Brasil, Argentina, Peru, Cuba, Chile, Montevidéu, Estados Unidos. Viajou por toda a Europa. Lecionou harpa em Constantinopla (Turquía), Belém (Brasil) e na Cidade do México.
Fez apresentações privadas para reis e presidentes entre eles o Imperador do Brasil.
A pesquisa da Profa. Fátima é marcada pelo ineditismo, resgatando a figura de uma mulher merecedora de ser relembrada na história do Brasil.
Fui alvejado pelo privilégio em receber a historiadora Fátima Argon aos quadros de titulares da centenária Academia Petropolitana de Letras e num dos trechos eu disse:
“A historiador Maria de Fátima Moraes Argon da Matta o resultado da história e da inspiração de muitas mulheres: mãe e irmãs, professoras como Ione da Silva Oliveira de português, Solimar de Filosofia, a amiga do coração “D. Santinha” e tantas outras amigas da vida e do trabalho.
Sua mãe Joana deu as quatro filhas o nome de Maria, em homenagem a Nossa Senhora: Maria Elizabete, Maria do Carmo, Maria Neuza e Maria de Fátima. Fátima e suas irmãs cursaram o primário no Colégio Moysés Furtado Bravo e o Ginásio no Colégio Cenecista Machado de Assis em Areal.
Seguindo os passos de Bete e Neuza, Fátima também cursou o Normal. Sua irmã Carmo se formou em Contabilidade e Neuza, ambas se casaram cedo e a irmã mais velha foi fazer o Curso de Pedagogia.
A Bete lecionou em Posse, Areal, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios, foi a sua referência, ela sempre falava no poder transformador da Educação e defendia que somente através dela era possível alcançar uma sociedade menos desigual, justa e fraterna.
Fátima não titubeou, queria ser professora. Durante o Curso Normal, as suas disciplinas favoritas eram História, Sociologia e Filosofia.
Quando fez o vestibular para a UCP a sua primeira opção era Pedagogia, mas na hora ficou em dúvida, Pedagogia? Filosofia? História?
Acabou optando por História talvez porque a sua mãe sempre comentava: “Adoro História. Gostaria que um filho meu fosse médico e outro fizesse História.”
Guimarães Rosa disse que “nome não se dá, nome se recebe.” E o de Maria de Fátima veio impregnado de bênçãos.
Lembra-me o poeta Drummond de Andrade e parece ouvi-lo dizer: “Vá Fátima ser escritora, historiadora e pensadora na vida.”