Partituras da Esperança
Não cabe falar de política.
Não deve haver espaço para o odioso confronto ideológico.
Ninguém há de negar a mão em súplica de solidariedade.
Nenhum ser humano é ilha cercada de preconceitos por todos os lados.
Sempre haverá o que estende a mão e aquele que a recusa,
Que a recusa não seja hábito.
Que o auxílio parta do coração enternecido e nunca da sofreguidão deitada à gatunagem impiedosa.
Ajude àquele que, mesmo desafeto passado necessita de um amor presente.
Criatura humana, é este – a Terra – o seu planeta, a sua casa, o seu refúgio.
Nesta casa una, que seja ela compartilhada como se fora uma mensagem via rede social.
Se o beijo deve ser à distância e o aperto de mão em sinal, que o coração esteja anelado e aquecido junto ao do seu irmão humano.
Nunca fomente o pessimismo diante daquele em desespero e desenganado.
Ao contrário, que as reações sejam de carinho e incentivo, mesmo que um manto negro sobrepaire o leito hospitalar.
Não minta, mas fique autorizado a melodiar, nas partituras da esperança, as notas da cordialidade e da solidariedade.
Mantenha os metros quadrados que podem gerar a difusão virótica e abrace a todos com o olhar da coragem e do apoio.
Mantenha a calma, a serenidade, assim desarmando espíritos inquietos e desequilibrados.
Apoie as instruções médicas e as decisões políticas corretas se a sobrevivência de todos mostrar-se em perigo diante da iminente ruptura do equilíbrio social.
Ajude, acima de tudo, o seu semelhante em estado de necessidade, se o conflito se instalou e a serenidade encontrar-se corrompida pela insensatez.
É nossa a vida – única vida – tanto nossa como a do semelhante. Por que, então, explorá-lo indigna e egoisticamente?
Venceremos esse desafio que nos tortura à custa do sacrifício alheio ou respiraremos a ar puro de um futuro promissor para todos?
Deixai para os cientistas as respostas e para Deus a esperança, desde que Ele continue entendendo que a dita sempre será a última a morrer.
E o último, por favor, feche a porta!