Patrimônio

16/07/2016 12:00

Eis um vocábulo de definição infinitesimal na vida de cada ser vivo. O maior patrimônio dos seres que habitam o planeta Terra, é a própria vida, bem patrimonial da existência coletiva – a sociedade em todas as suas repartições – e personalizada em cada indivíduo.

Eu, criatura humana, desfrutante do grande patrimônio – o planeta – sou meu próprio patrimônio e me encaixo na sociedade gerada pela descoberta das potencialidades do ser com inteligência, na conceituação ampla do patrimônio de todos, que é público. Na busca da gerência mais adequada do largo patrimônio, tem-se descoberto – na natureza – todos os condimentos que integram o banquete chamado existência.

Esta existência, como patrimônio da humanidade, deve seguir as ordenações impostas pelas eras de crescimento e aperfeiçoamento, mesmo que sob conflitantes disputas em torno do patrimônio da terra, tomado pelos poderosos e negado aos humildes carentes das mesmas oportunidades.

Mas, patrimônio como bem pessoal – enquanto enfeixado em minha individualidade, deve ser ajustado ao geral coberto por normas e leis que dizem disciplinar a vida social, conquanto jamais se tenha conseguido, nesta pluralidade infinita, a conquista de prolegômenos razoáveis que sintetizem a felicidade geral dos povos, guardadas as distorções próprias sob cada individualidade. A noção de patrimônio pessoal, persiste indelével e as segmentações das sociedades de hoje têm olhos para a tentativa de correções no abismo que projeta os infelizes ao destroçar nas rochas e entrega aos apaniguados asas mecânicas que os pousam no fundo das escarpas sombrias.

Patrimônio, como bem geral, coletivo, de direito para todos, esbarra nos conflitos sociais, ora com estrondosas guerras, ora na paz armada das traições, ou no simples viver com os vizinhos nas comunidades que sustentam a tudo, desde o germinar dos grãos até o pisotear de solas nos longínquos astros do misterioso Universo, morada de todos os deuses e de todas as indagações científicas.

E será o Universo patrimônio nosso… também ?! Ou nós estamos invadindo a cerca do vizinho para roubar suas frutas ?

Eis a questão ! – licença, Shakespeare ! – no eternal solilóquio do príncipe Hamlet – confinado em suas muralhas, sofrendo aguilhões de incompreensão e vilania humana, desconhecendo a vida sob o sol e as luzes coloridas do maior patrimônio seu e de todos: a natureza -, amarga ele a solidão e a crueldade do poder.

Assim, partindo do conceito, sob o qual concluo ser patrimônio de um todo natural, a mim cabe – e a qualquer pessoa – autodeterminar-se em consonância com o próximo. Nenhum segredo; sejamos claros e positivos em defesa do patrimônio geral : não jogue lixo nas ruas ; não roube ; não mate a vida ; tenha solidariedade ; respeite as leis e normas e se elas não estão adequadas, lute para que melhorem ; estenda as mãos àqueles que necessitam cuidados ; ame as crianças e as ampare ; vigie e cobre as promessas aos políticos de plantão e postulantes ; exija ordem e progresso…

É, mas é ai que pega e são jogadas no ralo as noções e achegas ao patrimônio justo e adequadamente aplicado e respeitado … a desonra acaba a sete chaves em paraísos fiscais, com a politicagem comendo solta pelos corredores palacianos, onde a razão é substituída pelo deboche e este é a cara atual de nossa infeliz democracia brasileira !

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