Paulo Igor e Dudu tornam-se réus na Operação Caminho do Ouro

03/10/2019 12:26

Os vereadores Paulo Igor (MDB) e Luiz Eduardo (Dudu/Patriota) agora são réus no inquérito que apura os crimes de peculato e fraude em licitação na Câmara Municipal, resultado da Operação Caminho do Ouro. A decisão aconteceu nesta quarta-feira (2), quando o plenário da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) votou favorável ao relatório apresentado pela desembargadora Katya Maria de Paula Menezes Monnerat, que aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). 

Além dos vereadores, viraram réus na ação Wilson da Costa Ritto Filho, Bruno Pereira Macedo, Edson da Silva Torres e Marcia Alves de Paiva Torres. A Primeira Câmara rejeitou as denúncias contra Maria da Apparecida Passos Pedrosa e contra Alba Lucis Passos Pedrosa, devido ao seu falecimento. 

A denúncia contra os dois vereadores e demais réus ocorreu 17 meses após eles terem sido afastados da Câmara Municipal, em 12 de abril de 2018, quando o MPRJ, com apoio da Delegacia Fazendária, realizou a Operação Caminho do Ouro. Paulo Igor e Dudu foram afastados da Câmara e havia sobre eles o mandado de prisão. 

O vereador Paulo Igor foi preso em sua residência no Morin, onde a polícia encontrou cerca de R$ 155 mil e dez mil dólares, que estavam escondidos numa banheira, além de papéis com sinais de nomes de pessoas. Ele ficou preso até setembro do ano passado, quando conseguiu habeas corpus que suspendeu a prisão. O vereador Dudu, na época, não foi encontrado pela polícia e foi considerado foragido da Justiça, até que, em setembro de 2018, conseguiu também habeas corpus suspendendo a decisão da prisão. Em maio deste ano, Dudu conseguiu, no Superior Tribunal Justiça (STJ), decisão favorável para que retornasse a Câmara Municipal. 

O mesmo ocorreu com o vereador Paulo Igor. Ele, no entanto, não conseguiu retornar devido a outra decisão que o afastou da Câmara por causa da Operação Sala Vip, na qual é acusado de dar propina aos vereadores afastados Reinado Meirelles (PP), Luizinho Sorriso (PSB), Wanderley Taboada (PTB) e Ronaldão (PR). Paulo Igor ainda é acusado de obstrução da Justiça.

A defesa dos vereadores vão aguardar a publicação do acórdão para saber as medidas que vão tomar e devem recorrer ao STJ contra a decisão do Tribunal do Rio. O advogado João Francisco, que defende o vereador Dudu, disse que a decisão do TJRJ era previsível diante de tudo que vem acontecendo. “Já tivemos sucesso em Brasília, quando o Tribunal reconheceu que a prisão e o afastamento do vereador foi ilegal e acredito que podemos mais uma vez rever esta decisão”, comentou. 

Ele disse que vai avaliar a decisão do Tribunal do Rio e ver as medidas que podem ser tomadas. Mas afirmou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público não tem sustentação. “A acusação é fraca e a denúncia contra o vereador Dudu é temerária, causando constrangimento público a uma pessoa pública, eleita pelo voto popular”.

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