Paulo Igor é transferido para Bangu 8 e Dudu ainda é considerado foragido
O vereador Paulo Igor (MDB), que estava preso desde o dia 12 de abril, no presídio de Benfica, foi transferido com outros presos, a maioria por causa das operações da Lava Jato, foi transferido para Bangu 8. Enquanto o vereador completa 28 dias prisão, o vereador Luiz Eduardo (Dudu/Patriota), continua foragido e procurado pela Polícia Civil da Delegacia Fazendária, que continua realizando diligências na cidade.
A expectativa da defesa do vereador Paulo Igor é que o pedido de revogação da prisão preventiva seja apreciado nesta quarta-feira pelo colegiado do Primeiro Grupo de Câmara Criminais do Tribunal de Justiça do Estado Rio de Janeiro. Os advogados estão confiantes que o resultado será positivo e que Paulo Igor deve estar solto até sexta-feira.
Os vereadores Paulo Igor e Dudu são acusados de fraude em licitação e peculato e no dia 12 de abril, na operação Caminho do Ouro, realizada pela Polícia Fazendária e pelo Ministério Público, e tiveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado. Paulo Igor foi preso em casa, onde os policiais, além de documentos e celulares apreendidos, encontraram R$ 155 mil, dez mil dólares e papéis com iniciais que seriam nomes de pessoas, possivelmente vereadores, para quem o dinheiro seria entregue.
A polícia também foi também à casa do vereador Dudu, mas ele não se encontrava e apesar da ação da polícia, ele conseguiu fugir e no mesmo dia passou ser considerado foragido da Justiça. Desde o dia 12, os seus advogados procuram anular o pedido de prisão preventiva, mas até o momento sem sucesso.
Lembrando o caso
A operação visou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão. Os vereadores foram denunciados, junto com o empresário Wilson da Costa Ritto Filho, o “Júnior” e outras cinco pessoas, entre funcionários da Câmara e empresários, pelos crimes de fraude em licitação e peculato. De acordo com a denúncia, o presidente da Câmara, Paulo Igor, com auxílio dos demais envolvidos, combinou com o empresário uma forma de direcionar a licitação 03/2011, que gerou contrato de R$ 4,49 milhões.
De acordo com o Ministério Público Estadual, Paulo Igor, como presidente da Câmara, e seu ex-chefe de gabinete, o também denunciado Bruno Pereira Macedo, condutor do processo administrativo que gerou a licitação, deixaram de dar publicidade ao certame, como determina o artigo 21 da Lei 8.666/93. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) apontou outras irregularidades no ato licitatório.
Segundo as investigações, os vereadores Paulo Igor e “Dudu” mantinham estreito vínculo de amizade com o empresário. De acordo com o Ministério Público fluminense, “Júnior” foi responsável por financiar, por meio de doações, mais de 90% das campanhas eleitorais de “Dudu” para a Câmara de Vereadores em 2008, e para deputado estadual, em 2010. A pedido do MPRJ, a Justiça quebrou os sigilos bancário e fiscal dos denunciados, além de afastar os vereadores de suas funções públicas.