Pedras podem causar enchente em Corrêas

Um muro que sustentava o depósito de britas da empresa Artemix, situada na Estrada União Indústria, em Corrêas, desabou no último final de semana e despejou uma quantidade de pedras no Rio Piabanha. Cerca de 5m da propriedade adentraram no rio. A estrutura foi abalada devido às chuvas que atingiram Petrópolis desde o último final de semana e, consequentemente, aumentou o nível de água do Rio Piabanha. De acordo com o proprietário, a limpeza será realizada assim que as chuvas cessarem. 

Durante a semana a Tribuna recebeu denúncias sobre o excesso de peso que teria causado o rompimento e ainda sobre a preocupação dos moradores com a situação. De acordo com a moradora da região, Maria de Fátima Machado Hingel, o muro cedeu devido ao excesso de peso. “A queda criou uma barragem de brita dentro do rio, que coloca em risco as moradias próximas ao local, e eu estou com medo de encher minha casa porque estreitou o rio. Liguei para o Ibama, para o Inea e para a fiscalização da prefeitura, mas ainda não vieram analisar. Disseram que estavam muito ocupados e deram o prazo de uma semana a 15 dias para fazer a vistoria”, disse.

Maria contou que o muro da Artemix foi construído além do terreno e há algumas semanas “já tinha visto que o muro estava trincado”. Ela falou que a empresa não deve construir o muro novamente, pois, segundo ela, a estrutura avança nas margens do rio. 

Segundo o proprietário da Artemix, Nilo Lopes Ferreira, a parte debaixo do muro foi construída há mais de dez anos e teve o rompimento devido à elevação do nível do rio. Ele negou o excesso de peso apoiado na estrutura e ainda que o muro invade as margens do rio. “Apesar de ter material encostado, eu tinha uma contenção toda travada. Acho que o rompimento foi na parte debaixo e que a água pode ter entrado por ali e abalou a estrutura. A contenção da parte inferior é um muro de gabião, feito de pedra marroada que já existia quando viemos para cá. Ele não era na margem do rio. Tinha dreno e não empoçava água”, afirma. 

Segundo Nilo, as britas estão sendo retiradas e a limpeza total será feita com o apoio de uma máquina. Ele ainda disse que não teve nenhum desperdício de material e que, segundo ele, não caiu nada dentro do rio, porém as fotos envidas à redação mostram que britas e restos de materiais estão na margem do Piabanha.