Pedrinho revela negociação por venda da SAF do Vasco e investigação contra ex-dirigentes

14/nov 17:21
Por Estadão

A saída da 777 Partners do Vasco pode ser suprida por um novo dono da SAF do clube em breve. O presidente Pedrinho deu entrevista nesta quinta-feira garantindo que vem trabalhando duro para achar um novo investidor e que já tem conversas em andamento. O ex-jogador ainda disse que não tem intenção de seguir no comando do futebol e garantiu que o novo parceiro terá total autoridade. Ainda revelou investigação sobre ex-dirigentes que “quebraram” as finanças vascaínas.

“Enquanto eu for presidente, minha intenção é vender a SAF do Vasco. Minha meta é assegurar a proteção da associação, garantindo que o investidor honre seus compromissos e responsabilidades, e não necessariamente estabelecer uma sociedade em que eu detenha a maioria das ações”, frisou, garantindo que o rompimento com a 777 não teve relação com a presidência.

“Tínhamos um investidor que vocês descobriram como tendo uma participação significativa no negócio, mas ele optou por se retirar. A decisão não foi motivada por nenhuma exigência nossa, mas sim por sua própria escolha”, afirmou o presidente vascaíno.

Pedrinho confia que um novo acordo pode ser celebrado em breve. “Existem alguns investidores conversando, e já temos um NDA (Acordo de Não Divulgação) em relação à conversas iniciais com possíveis investidores”, revelou. “Uma conversa inicial para mostrar a realidade do clube e poder evoluir para outros encontros.”

De certo é que o novo parceiro terá de arcar com uma alta dívida. Mas terá paz para desempenhar seu trabalho. “O investidor vai ser majoritário, até porque é difícil achar. Ninguém vai colocar dinheiro para outro mandar e não é minha intenção”, frisou.

E explicou como vem tratando o negócio. “Um ponto para ficar claro: em nenhum momento em cláusulas contratuais com um possível investidor, vai ter qualquer tipo de exigência que eu participe do futebol. Essa chance é zero. Não vai ter nenhum empecilho relacionado ao futebol. Nenhum. Todas as cláusulas ali vão ser de proteção à instituição. Agora, eu voltando para o associativo em uma possível venda, e o possível investidor queira que eu participe, vou usar a mesma frase quando tinha a 777: ‘estou aqui para contribuir e colaborar, se precisar da minha ajuda’, assim que vai ser, mas não quero nada com o futebol, nada, nada, nada.”

Tirar o Vasco do vermelho vem sendo o trabalho nesta reta final de temporada. “Vai ser feito o processo de reestruturação e esperamos que chegue um investidor para acelerar isso. Se não chegar, a gente vai fazer do mesmo jeito. Alguém tem de fazer isso, senão só vai aumentar a dívida. Aumentar, aumentar, aumentar”, prosseguiu, preocupado.

O dirigente ainda deixou claro que o novo dono da SAF terá de fazer diferente ao antigo grupo e reclamou da diretoria anterior. “Um dos pontos, do investidor, é atacar a dívida com dinheiro novo e não foi feito. O que foi feito no Vasco e a gente abriu uma comissão de investigação, senhor Jorge Salgado (ex-presidente), senhor Vitor Roma (vice-presidente), senhor Luiz Mello (CEO da SAF), senhor Adriano Mendes (vice-presidente de controladoria), senhor Julio Brant (conselheiro e candidato à presidência)… Esses caras têm de prestar contas. E eu falo de quem e o porquê. Porque se não acontecer uma investigação vamos normalizar o que foi feito aqui.”

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