Pensando a cidade

02/09/2018 07:00

Sempre afirmei que rearrumar um município requer decisões radicais, quase sempre duras e acompanhadas de extrema dificuldade para adotá-las. Elas mexem com aquilo que se tem como verdades e que em realidade passam longe de o serem. Afetam o estabelecido mesmo que este seja equivocado. 

Digo isto porque estamos vivendo situações que se repetem, governo após governo, os mesmos erros se sucedendo sem que com eles se tenha aprendido no passado. Sem ideias novas, sem planos de futuro, sem perspectivas de novos horizontes. 

A manutenção de privilégios, de apaniguados, de um sem número de coisas inúteis, de uma máquina que funciona aos trancos e barrancos, afasta e coloca, a cada dia que passa, o governo mais e mais distante da população e de seus anseios. 

A ilusão interna de que tudo vai bem e o que não vai é por conta de que são percalços de heranças passadas não mais se sustenta. Quando inúmeros gastos são levados a efeito sem a devida avaliação de suas premências, oportunidades e necessidades, situações distorcidas ocorrem. Quando se vê exageros em dispêndios com festas ou com expressivos gastos publicitários, fica a pergunta: realmente isto é necessário e útil para a cidade? Não se pode voltar à França de séculos passados onde o governante afirmava que ao povo se dá pão e circo. 

O pensamento convencional defendido e usado no passado para justificar a continuidade não mais vale. A busca por novas soluções de gestão se impõe. Ninguém pode citar uma ideia qualquer, um plano, um projeto para Petrópolis para os próximos 5, 10, 20 anos, porque eles não existem. É um eterno empurrar com a barriga. É o princípio do vou levando e o próximo governo que o faça. 

Se querem um exemplo, um dos mais fortes é a situação do Inpas, de futuro incerto e passível de ter fim. Todos se furtam de apresentar uma posição sobre isto. Os assuntos de uma agenda de rearrumação são invariavelmente excluídos de um debate, de estudos e de busca por soluções. E assim também o são outros assuntos de interesse do município, como a manutenção de um imobilizado dispendioso que poderia ser enxugado. Uma manutenção a contento do extravasor da Souza Franco, uma solução para os transbordamentos do Quitandinha e Piabanha, a confecção de um plano de mobilidade urbana e muitos outros problemas de maior ou menor complexidade como a realocação das capivaras para o Parque Cremerie, algo de simples solução.

Como e onde buscar alternativas para substituir a possível perda da Celma? A segunda maior empregadora do Município. Como compensar a perda desta arrecadação a mais importante da cidade. Como aumentar o parque de TI uma das vocações do Município e de que forma profissionalizar e melhor explorar nosso turismo histórico. 

Precisamos, urgentemente, pensar em soluções, dar passos que nos permitam visualizar um futuro e um aumento da autoestima da população. Isto passa por planos, metas, atitudes e ações efetivas. Sei que não é impossível falta apenas vontade política. 

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