Perdemos o amigo Armando!

Na última segunda feira, durante a realização de uma reunião a que compareci, recebi surpreso e coberto de emoção e tristeza, a notícia do falecimento do amigo Armando Lins de Carvalho.

Nossas tratativas remontam, caso não esteja enganado, há mais de 40 anos.

Num primeiro momento cruzamos nossos caminhos por ocasião de atividade profissional que exercíamos junto a uma empresa pública federal vinculada ao Ministério dos Transportes.

Armando, técnico da mais alta qualificação, na condição de consultor, por vezes continuamos a nos encontrar no Rio de Janeiro, sede da empresa, eis que tais encontros àquela época, se davam em decorrência de compromissos exclusivamente relacionados com os encargos que ambos desempenhávamos, ainda que em áreas de trabalho distintas.

E como quase sempre ocorre em nossas vidas, os caminhos que percorremos, em razão do destino que nos foi traçado, resultou que cada um de nós seguíssemos os trajetos delineados por Deus, e acabei por perder de vista pessoas tão queridas, porém nunca esquecidas, como o ora reverenciado.

Ressalte-se que a empresa para qual eu trabalhava teve sua sede transferida para Brasília, e eu por minha vez, decidi permanecer nesta querida Petrópolis, e por conseguinte, deixando de rever o amigo.

O tempo se passou, e para minha surpresa e grande satisfação, nos reencontramos aqui nesta cidade anos após, onde Armando decidiu por viver, juntamente com a esposa, transferindo sua residência em caráter definitivo.

Tivemos durante esses anos contatos os mais agradáveis e Armando, decidido em suas opiniões e conceitos, acabou por aceitar a função de síndico do prédio em que residia, embora sua trajetória na função tivesse curta duração, ainda que os condôminos assim não esperassem.

Isto porque, homem de personalidade e notável administrador, cuidou enquanto pode objetivando preservar com todo carinho, eficácia e sobretudo, honestidade, o empreendimento que lhe fora confiado, tendo por isso mesmo sido sempre apreciado e por todos respeitado. O testemunho do cidadão de bem foi o grande legado que deixou a todos nós que deploramos sua falta.

Entretanto, não podemos ir contra aos desígnios de Deus!

O falecimento do amigo deixa um enorme vazio para tantos que dele gostavam, ressaltando-se quanto a seu caráter digno e reto.

Com a esposa, Armando compartilhou a vida em comum, durante longos anos, sempre juntos e coesos, desfrutando momentos felizes num lar que fizeram construir sob o estigma, tenho a certeza, do amor fraterno e do carinho e cuidados recíprocos.

Ainda que durante esse triste transe que ora atravessa sua querida esposa, permito-me, se é que possa assim ser traduzido como sinal de conforto e bálsamo, à luz da dor e do luto que envolvem a muitos, especialmente a querida esposa, transcrever o pensamento de autoria desconhecida que reza: “Se há algum conforto na morte de alguém que amamos, é o de saber que ele está indo para um lugar onde não há tristeza, maldade e dor.

Armando, na certeza, descansa na Paz do Senhor!