14/jan 08:00
Por Prof. Luiz Carlos Moraes

Toda hora alguém tenta vender a ideia de peso ideal. Isso não existe ou pelo menos é discutível. O corpo humano, assim como toda espécie animal, é adaptado para sobreviver nas condições específicas de sobrevivência. Na Pré-História os seres humanos se deslocavam vários quilômetros para procurar alimento. Não eram obesos nem magros demais.

Hoje, temos muita oferta de alimentos a qualquer momento. O excesso de peso, além da dificuldade de locomoção, está relacionado com doenças não transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes, hipercolesterolemia, disbiose intestinal e até alguns tipos de câncer. Ser magro também nem sempre significa desnutrição. O importante é o percentual de massa magra que permite executar todas as tarefas funcionais do dia a dia e praticar atividade física sem ficar exausto. Nessa condição, o peso nominal da balança não diz nada. Todas as tabelas, inclusive o IMC (Índice de Massa Corporal) não levam em conta a massa muscular.

Posso citar o meu exemplo: 73 anos, 1,60 metros de altura, 47 kg. Pelo IMC 18,4 estou “abaixo do peso supostamente” ideal. Mas na avaliação por bioimpedância tenho 40% de massa muscular, 7% de gordura corporal e 2% de gordura visceral. O peso ideal cada um sabe qual é o melhor para si. A indústria de alimentos quer que você coma o máximo possível para engordar você e a conta bancária dela.

Não está preocupada com a sua saúde. O percentual desejável de massa muscular é de 33% para os homens e 30% para as mulheres. Percentual de gordura corporal parece ser a maior preocupação das pessoas. Muitas mulheres influenciadas pelas redes sociais querem ficar magras demais. Secas! Cuidado! É desejável para os homens ativos entre 5 e 15% e 16 a 28% para as mulheres. Vale lembrar que o corpo precisa de gordura para as funções hormonais. Percentual de gordura baixo demais é tão prejudicial quanto alto. Portanto, cuidado quando falarem para você em peso ideal. Peso Ideal? Depende. E você? Está no peso que você quer?

Literatura Sugerida: 1)KELLEY, C.C.; NEUFELD, D.R.M. Drive For Thinness and Drive for Muscularity: Opposite ends of the Continuum or Separate Constructs? Body Image. (2010). ROSSI, Luciana; TIRAPEGUI, Júlio. Comparação dos Métodos de Bioimpedância e Equação de Faulkner para Avaliação da Composição Corporal em Desportistas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (2001).

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