Pesquisadores da Uerj fazem imagens raras de mamíferos aquáticos na Baía de Ilha Grande

10/12/2020 13:30

O Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) identificou e fez imagens raras de uma espécie de golfinho ameaçada de extinção, as toninhas, na Baía de Ilha Grande. A identificação foi possível graças a um encadeamento de pesquisas. Expedições do Maqua que estudavam outros mamíferos marinhos já haviam encontrado o animal naquela região no início da década de 2000, mas indícios apontavam ser uma espécie que estava passando pelo local.

Em 2017, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), começou um grande projeto nas baías de Sepetiba e da Ilha Grande. O objetivo era pesquisar o boto-cinza, mas também verificar a presença de outras espécies. Nesse período foi constatado um registro grande das toninhas na região entre Paraty e Angra dos Reis.

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A partir dessas observações foi desenvolvido outro projeto, dessa vez em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), para tentar descobrir se esses animais realmente eram residentes da região. Foi delimitada uma área de trabalho e planejou-se uma expedição, primeiro com uma embarcação e na sequência com o uso de drones.

“Foi um sucesso, a nossa aposta na localidade onde os cetáceos (mamíferos marinhos) deveriam estar foi certeira. A gente estava na esperança de encontrá-los, mas foi uma surpresa ter sido já no primeiro dia. Nós encontramos um grupo e acompanhamos por uma hora, evidenciando que ficam na Estação Ecológica de Tamoios”, afirmou o oceanógrafo e coordenador do Maqua, José Lailson Brito.

Segundo o pesquisador, a toninha é um animal pequeno e tímido. Um adulto tem cerca de 1,50m, e a espécie expõe pouco o dorso quando vai até a superfície respirar, o que torna difícil a observação. O mamífero está criticamente ameaçado de extinção, por ser um animal costeiro que sofre muito com a pesca, poluição e destruição de seu habitat.

“As unidades de conservação do Estado proporcionam uma estrutura de preservação muito forte. Aquela região é tão bonita por ser tão preservada. O descobrimento das toninhas nessa região é mais um motivo para fortalecermos a preservação, já que pelas nossas análises genéticas vimos que essa espécie tem características únicas se comparadas com as toninhas que vivem mais ao Sul do Brasil”, concluiu José Lailson.

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