A Petro Ita e a Cascatinha, que estão em recuperação judicial, acumulam dívidas trabalhistas milionárias. Segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, acessados nesta segunda-feira (29), as viações estão inscritas na Dívida Ativa e, juntas, devem mais de R$ 170 milhões em tributos previdenciários, sem contar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e multas trabalhistas. Rodoviários das empresas já ameaçam uma paralisação.
A crise financeira das viações tem afetado diretamente os trabalhadores. Nesta quinta-feira (02), o Sindicato dos Rodoviários fará uma reunião extraordinária em dois horários para debater a situação dos trabalhadores da empresa, pois consideram que “o desrespeito à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e às normas da Convenção Coletiva se tornou rotineiro”.
Segundo o sindicato, há atrasos no pagamento de salários, adiantamentos e férias, além de não recolhimento do FGTS e vale refeição. Com isso, diz que os trabalhadores “se veem obrigados a tomar medidas enérgicas, para proteger seus direitos fundamentais”.
“É crucial ressaltar que os rodoviários não buscam prejudicar a sociedade civil, mas sim garantir o cumprimento de seus direitos básicos. Em um momento em que a população já sofre com as práticas questionáveis dessas empresas, a luta dos trabalhadores se torna ainda mais relevante. Nós, trabalhadores rodoviários não apenas exigimos nossos direitos, mas também defendemos um ambiente de trabalho digno e justo para todos”, ponderou o presidente do sindicato, Glauco da Costa, afirmando que as empresas ignoram tentativa de negociação.
Além das dívidas de tributos previdenciários, as viações também constam na Dívida Ativa devido ao FGTS, em um valor de cerca de R$ 4 milhões, somadas as duas empresas. A Cascatinha ainda deve R$ 28.424,89 por multas trabalhistas.
Procuradas, as viações não retornaram o contato da reportagem.