Petróleo fecha em alta e WTI avança 16% no trimestre, na esteira de tensões geopolíticas

28/mar 16:03
Por Gabriel Tassi Lara / Estadão

O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira, 28, após duas sessões de queda e em meio a preocupações com uma possível perturbação no abastecimento global. No trimestre, a commodity acumulou ganhos de mais de 12%, na esteira de novos cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e de tensões geopolíticas no Oriente Médio – com os Houthis no Iêmen – e no Leste Europeu – entre Rússia e Ucrânia.

O WTI para maio fechou em alta de 2,23% (US$ 1,82), em US$ 83,17 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). No mês, ele teve alta de 6,27% e no trimestre, de 16,08%. O Brent para março, por sua vez, hoje avançou 1,86% (US$ 1,59), a US$ 87,00 o barril, no mês de março teve alta de 6,21% e, no primeiro trimestre, subiu 12,93%.

Louis Navellier, da gestora Navellier, destaca que os preços do petróleo bruto estão se aproximando das máximas em quase cinco meses, devido à procura sazonal somada às preocupações com o corte da produção russa, em meio às investidas ucranianas recentes contra refinarias.

Na avaliação da Capital Economics, os preços do petróleo ficarão sob pressão, uma vez que o suporte dos cortes na oferta será removido no segundo semestre do ano. “Acreditamos que os membros da Opep+ começarão a reduzir cautelosamente os cortes de produção a partir de junho, o que contribuirá para que o preço caia para US$ 75 por barril até ao final de 2024.”

A Capital Economics ainda avalia que o risco de alterações no fluxo de energia global em consequência do acidente ocorrido na ponte Francis Scott Key, em Baltimore, é “pouco provável”. A consultoria indica que a passagem de petróleo pela rota de Baltimore é minúscula, e existe capacidade para o comércio ser desviado para portos próximos maiores, incluindo a Virgínia.

Em meio às preocupações com a oferta da Rússia, o economista do Brookings Institute e ex-presidente do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, avaliou hoje que as sanções impostas pelo G7 ao petróleo russo não visam estrangular a oferta do país, mas sim garantir a oferta da commodity no mercado global.

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