Petróleo fecha em baixa, com receio sobre demanda da China na volta do feriado em NY
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, na volta das operações nos mercados dos Estados Unidos após o fim de semana prolongado. Investidores seguem calibrando as preocupações com a demanda, principalmente, em relação à economia da China, onde o anúncio de corte em taxas de juros nesta madrugada evidenciou as dificuldades para revigorar a atividade. O receio com a demanda se sobrepôs nesta terça-feira ao potencial impacto para o abastecimento dos ataques dos rebeldes houthi no Mar Vermelho.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para abril cedeu 1,28% (-US$ 1,01), a US$ 78,18. Na International Commodity Exchange (ICE), o Brent para o mesmo vencimento foi cotado em queda de 1,46% (-US$ 1,22), a US$ 82,34 por barril no fechamento.
Após o Ano Novo Lunar, o Banco do Povo da China (PBoC) cortou suas taxas básicas de juros a nível recorde. A decisão da China para estimular a economia em dificuldades está pesando sobre o petróleo, disse o economista-chefe de mercado da Spartan Capital, Peter Cardillo, em nota.
A China é vista como uma das principais fontes de crescimento da demanda em 2024, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Agência Internacional de Energia (AIE). E as dificuldades em revigorar a atividade econômica do país asiático seguem gerando ventos contrários para as perspectivas de demanda de commodities como o petróleo.
O mercado de NY teve hoje a primeira oportunidade para reagir ao ultimato que Israel deu ao Hamas sobre os reféns mantidos em Gaza. O governo israelense disse que o Hamas tem de realizar as libertações até o Ramadã ou enfrentarão uma ofensiva terrestre em Rafah.
Do lado da oferta, o mercado também assimila a notícia de que a Rússia reduziu suas exportações de petróleo em cerca de 307.000 barris por dia em janeiro.
O governo dos Estados Unidos vai aprovar um pedido de um grupo de governadores do Centro-Oeste do país para permitir a venda de E15, ou gasolina com 15% de etanol, durante todo o ano, mas adiará a data de início para o próximo ano, afirmam duas fontes.
Segundo elas, o adiamento em um ano pode evitar possíveis aumentos de preços locais e problemas de abastecimento que a indústria do petróleo argumenta que poderiam surgir da decisão até após as eleições nos EUA.
*Com Dow Jones Newswires