A Secretaria Municipal de Defesa Civil informou, por meio de solicitação via Lei de Acesso à Informação (LAI), que, das 7.948 casas interditadas pela pasta após as chuvas de 2022, apenas 352 foram totalmente liberadas e 114 passaram por processo de demolição. Isso significa que 94,13% dos imóveis permanecem com restrições, impossibilitando o retorno de seus moradores.
O pedido de informações foi realizado pela reportagem no dia 8 de agosto. Segundo a legislação, as respostas devem ser fornecidas em até 20 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 10 dias. Contudo, a Prefeitura enviou a resposta apenas na manhã desta quarta-feira (09), com o ofício datado de terça-feira (08).
No documento, o secretário de Defesa Civil, Rodrigo Werner, admitiu que os números podem conter inconsistências, atribuídas à “possível inserção inadequada” de dados pelos solicitantes, como duplicidade de endereços ou falta de informações essenciais.
“Todavia, a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil efetua a verificação dos dados, filtra as informações prestadas e reavalia os registros de interdição continuamente, de forma a promover a revisão de laudos, identificando eventuais duplicidades ou erros cadastrais”, informou o secretário.
Nos bairros onde as casas seguem interditadas, a insegurança é crescente, com relatos de furtos em imóveis vazios. Em março, a Tribuna de Petrópolis denunciou o problema no Vila Felipe, onde as invasões a residências são recorrentes.
“Até hoje temos que ficar indo lá consertando o que é destruído, tomando conta (se assim pode ser dito, porque não tem como tomar conta à distância). E, até hoje, existem casas de vizinhos sendo saqueadas e invadidas”, disse a moradora Kátia Silveira, à época.
Em nota, a Polícia Militar ressaltou que sua responsabilidade é o policiamento ostensivo urbano, e não a segurança patrimonial. No entanto, afirmou que, em caso de flagrante delito, os envolvidos serão detidos e que, quando acionada, as equipes irão ao local.
“Havendo denúncia, haverá checagem pelo batalhão da área. Em caso de movimentação previamente articulada, a delegacia da área investigará os fatos”, informou a nota.
A Prefeitura de Petrópolis também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.