Petrópolis merece

Estou na estrada da política desde os anos 1980, e caminhamos muito pouco na formação de novos líderes políticos, e não é questão de idade, mas, sim, de renovação de ideias.

Hoje, temos dois grupos políticos na cidade. Um é capitaneado pelo ex-prefeito Rubens Bomtempo; o outro pelo atual prefeito Bernardo Rossi. E nada mais.

Como querer avançar em uma cidade com mais de 300 mil habitantes, quando não se apresentam novos líderes. E a cidade tem um orçamento de mais de R$ 800 milhões, é conhecida mundialmente, tem empresas de ponta, como a Celma, a Karl Zeiss e as grandes fábricas de cerveja, um turismo pujante, graças à herança de D. Pedro II, o LNCC, uma reserva da Mata Atlântica ainda considerável. Enfim, temos vários ativos que deveriam nos garantir um futuro promissor. Mas, na política…

Pergunto: o que falta para que novos atores políticos entrem nesta discussão? O que falta para que novos grupos políticos – e não cobro apenas de partidos políticos, mas da sociedade  organizada -, para haja discussão diária e participativa sobre nossos problemas. 

Sinto que grupos que se reúnem em volta de uma sauna criticam e têm ideias para nossa Petrópolis, mas todos, sem distinção, não têm peito para colocar o bloco de novas ideias nas ruas.

As nossas TVs a cabo, que poderiam ser polos de novas discussões, são todas, respeitosamente, iguais, cada uma defendendo seu território. Nesse espaço, apenas a nossa Tribuna tem aberto espaço para o contraditório, para quem não é de nenhum dos grupos dominantes.

Hoje na cidade, temos atores comprometidos com os mais diversos caciques do nosso estado falido: governadores, ex-secretários de Transportes do estado, o maior líder do partido majoritário e por aí vai……

Petrópolis, não tem condições políticas e, tampouco, financeiras para liderar qualquer movimento, mas pela sua história, tem direito de caminhar e lutar por dias melhores para seus munícipes.

O presidente da Firjan,  Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, que, aliás, tem residência em Petrópolis, deveria ser mais questionado, procurado, ouvido em decisões importantes, principalmente sobre Petrópolis. 

E 90% dos políticos hoje com mandato, têm comprometimento com algum grupo corporativo. Já o povo fica sem representação adequada.