Petrópolis vira cidade refúgio para cariocas que querem fugir do Rio nas Olimpíadas
A alta temporada em Petrópolis, que se inicia em julho, com o início da Bauernfest, e o início do inverno, este ano tem a procura acentuada por causa das Olimpíadas. Porém, a procura maior não se dá pelo público interessado nos jogos, mas pelo público que está fugindo da confusão que os jogos trarão ao Rio de Janeiro. Famílias inteiras estão alugando casas para temporada em Itaipava. Além disso, para curtas estadias nos meses de inverno há alternativas, pouco conhecidas, para aqueles que deixam para cima da hora e não encontram vagas em hotéis e pousadas – que são, inclusive, mais econômicas.
A cidade da região serrana fluminense que recebe mais turistas por ano, abriu a temporada de inverno com recordes de ocupação nos dias da Bauernfest. Apenas no primeiro final de semana, a taxa média de ocupação no 1º distrito (Centro e Arredores) foi de 98,05%. Na noite de sábado, ainda havia muita procura por hospedagem em Petrópolis para a Festa do Colono de pessoas que não fizeram sua reserva com antecedência. Os meses de inverno prometem manter a rotatividade de turistas na cidade: “A nossa expectativa é de que haja um aumento da taxa de ocupação em agosto não só de turistas estrangeiros, que vem assistir às Olimpíadas, mas também de cariocas querendo sair do Rio”, disse o presidente do Sindicato dos Bares, Hotéis e Restaurantes de Petrópolis, Germano Valente.
Com as altas taxas de ocupação do setor hoteleiro, uma alternativa para o público que deixa para cima da hora e não consegue vaga, ou para o público que está em busca de opções mais econômicas, são os aluguéis de curta temporada de apartamentos e estúdios de particulares – uma opção que faz sucesso em países como a França e Alemanha, mas no Brasil ainda tem uma expressividade tímida. Apesar disso, alguns petropolitanos têm apostado nessa opção e anunciado seus imóveis em sites como o Airbnb e o Alugue Temporada (a versão brasileira do Home Away).
O Airbnb permite aos indivíduos alugar o todo ou parte de sua própria casa, como uma forma de acomodação extra. O site fornece uma plataforma de busca e reservas entre a pessoa que oferece a acomodação e o turista que busca pela locação. Abrange mais de 500 mil anúncios em mais de 35.000 cidades e 192 países. Desde sua criação em Novembro de 2008 até Junho de 2012, mais de 10 milhões de reservas foram agendadas via Airbnb. No site é possível ver a avaliação dos usuários: “Foi a primeira experiência com o site e foi perfeita” e “A nossa estadia foi ótima”. Há mais de 300 anúncios de Petrópolis no Airbnb e quase 200 no Alugue Temporada.
No Hotel Quitandinha, que já funcionou como Hotel entre 1944 e 1962, mas hoje em dia tem suas unidades todas privativas, alguns proprietários têm colocado seus estúdios e lofts para locação de curta temporada. Nesses casos, os donos reformam o apartamento, muitas vezes mantendo elementos históricos como o piso, mas otimizam os espaços de cozinha e banheiro. Dessa forma, o hóspede tem roupa de cama e banho como em um hotel, mas dispõe de uma cozinha própria onde tem autonomia para cozinhar. Os apartamentos para locação variam de 18m² a 40m² e as diárias custam entre R$ 150,00 e R$ 400,00. Alguns são alocados diretamente com os proprietários, outros são encontrados nos sites de locação mencionados.
Uma outra opção – que tem sido muito procurada por famílias de cariocas que querem fugir da cidade na época dos jogos olímpicos – é o aluguel de casas para temporada em Itaipava. O corretor da Imobile, Marcelo Luís da Silva, explica que esse tipo de serviço não é comum no 1° Distrito de Petrópolis (Centro e arredores) porque nessa região os imóveis estão vazios, disponíveis para aluguel de 30 meses, e os imóveis para locação de curta temporada têm que estar mobiliados. “Esse tipo de situação é mais comum nas casas de veraneio, localizadas em Itaipava e arredores. Dessa forma, os imóveis são alugados com toda a mobília interior por períodos que variam entre 15 dias e 3 meses – principalmente nas férias de verão”, disse.
De acordo com a administradora da Júdice Araújo, Mariana Palhares, a imobiliária tem tido procura de casas para temporadas no mês de agosto por causa das Olimpíadas. E não é do público de fora do estado ou do país, mas do próprio Rio de Janeiro: “É o período que eles querem fugir da bagunça do Rio. São pessoas de idade, ou famílias que querem trazer os filhos. Até mesmo por que em agosto as crianças estarão em férias escolares”.