Petropolitanos começam a usar drogas aos 12, com o álcool, aponta Caps

25/06/2017 07:00

No Dia Internacional do Combate ao Álcool e Drogas, comemorado neste 26 de junho em vários países, a atenção é voltada para a questão da dependência química, que ganhou destaque nos últimos meses no país com as repercussões das remoções forçadas na Cracolândia, em São Paulo. Em Petrópolis, estimativas do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps) revelam que os jovens petropolitanos começam a usar drogas aos 12 anos, com consumo de álcool. Amanhã (26), de 10h às 18h, o Caps promove uma ação de conscientização com panfletagem e atendimento guiado no calçadão do Colégio Estadual Dom Pedro II. 

A coordenadora do Caps, Leandra Iglesias, destacou a importância da reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos dependentes químicos, que necessitam de atenção. “A pessoa que está naquela situação não pode ser tratada como temos visto em muitos lugares. Muitos consideram pessoas sujas, desocupadas. Mas sabemos que não é assim. São pessoas frágeis que precisam de ajuda e que podem sim se recuperar”, explicou.

Leandra, que é psicóloga há 34 anos, e também atua como coordenadora de Políticas Sobe Drogas do município, fez um breve resumo do objetivo da campanha. “A missão é a lógica do olhar ao usuário sob a perspectiva da redução de danos, visando a qualidade de vida. Nossos serviços prestam-se aos valores éticos e qualificados de uma equipe multidisciplinar que acolhe o usuário e a sua família, elaborando um projeto terapêutico de acordo com as necessidades de cada paciente”, destacou. 

O tema relacionado à situação de muitos dependentes químicos ganhou destaque depois de uma ação realizada pelo governo da cidade de São Paulo, que removeu dezenas de pessoas da chamada “Cracolândia”. O problema é que os dependentes ficaram nas ruas de outros bairros, e muitos não foram atendidos por psicólogos. “É justamente esse o comportamento de grande parte da sociedade. As pessoas não respeitam e acham que os dependentes são pessoas que estão assim porque querem. E não é assim não”, completou Leandra. 

Não há estatísticas referentes ao número de usuários de drogas em Petrópolis. Mas um levantamento feito pelo Caps mostra que a iniciação às drogas começa naquelas que são lícitas. “A média de iniciação às drogas é de 12 anos, quando a criança tem acesso ao álcool. Daí eles partem para o cigarro e vai piorando. Quando chega aos 17 o jovem já está na cocaína. Esse é o perfil de Petrópolis”, explicou. 

Sobre os motivos que levam uma criança ou adolescente às drogas, Leandra destacou três fatores: genéticos, psicológicos e sociais. “Os genéticos são alterações que já vêm de herança. Os psicológicos são a falta de estrutura familiar, ou alguma outra questão semelhante. E os sociais são a busca pelo desprazer, pelo alívio de dor ou de um sofrimento provocado por um grupo, por questões financeiras, ou também por influência de círculos sociais”, concluiu a psicóloga.

Serviço

Ação do Dia Internacional de Combate às Drogas

Calçadão do Cenip – Centro

10h às 18h

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