PIB de serviços subiu com presenciais, transporte e informação e comunicação
A elevação de 4,2% no setor de serviços impulsionou o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O avanço da atividade econômica brasileira teve ajuda também da alta de 1,6% no PIB da Indústria. Juntos, os dois componentes representam cerca de 90% do PIB, sob a ótica da oferta.
Os dados são das Contas Nacionais apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quinta-feira, 2, o desempenho do PIB.
“Desses 2,9% de crescimento em 2022, os Serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, analisou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, em nota divulgada pelo instituto.
O PIB de Serviços subiu em 2022 com o consumo de outros serviços (que inclui serviços presenciais), de transporte e de informação e comunicação.
“Foi uma continuação da retomada da demanda pelos serviços após a pandemia de covid-19. Em outros serviços, podemos destacar setores ligados ao turismo, como serviços de alimentação, serviços de alojamento e aluguel de carros”, acrescentou a coordenadora do IBGE.
No PIB industrial, a atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos saltou 10,1%, em meio a bandeiras tarifárias mais favoráveis em 2022. A construção também teve expansão, impulsionada por um aumento na ocupação no setor e por obras públicas em ano eleitoral.
“O crescimento dessa atividade está muito relacionado à recuperação em relação à crise hídrica de 2021. Além do crescimento da economia, houve o desligamento das térmicas, diminuindo os custos de produção, o que contribui para o aumento do valor adicionado da atividade. Ademais, a atividade de Construção, com alta de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas”, analisou Palis, na nota.
Já a indústria de transformação recuou 0,3% em 2022, influenciada por perdas na fabricação de produtos de metal, químicos, móveis, produtos de madeira e de borracha e plástico. A queda foi amenizada por um bom desempenho de derivados do petróleo, alimentos e defensivos.
Já as indústrias extrativas caíram 1,7%, devido a uma redução na extração de minério de ferro.
“O resultado das indústrias extrativas no ano foi puxado pela queda na extração de minério de ferro, relacionada ao lockdown ocorrido na China, nosso maior comprador, enquanto as indústrias de transformação foram impactadas negativamente devido a fatores como juros altos e custos de matéria-prima elevados”, explicou Rebeca Palis.
Ainda sob a ótica da oferta, o PIB da Agropecuária recuou 1,7% em 2022, em decorrência de queda de produção e perda de produtividade da agricultura, que suplantou a contribuição positiva das atividades de pecuária e pesca.
A quebra da safra de soja puxou o recuo no PIB Agropecuário, mas perdas na produção de arroz e fumo também influenciaram negativamente. Já as boas safras de milho, café e cana evitaram uma perda mais acentuada.
Na análise pelo lado da despesa, o Consumo das Famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior, e o Consumo do Governo cresceu 1,5%.
O avanço no Consumo das Famílias foi impulsionado pela maior demanda pelos serviços presenciais; pela melhora no mercado de trabalho, que aumentou a massa salarial em circulação no País; pelo pagamento de auxílios governamentais e políticas de desoneração fiscal; e pelo crescimento no saldo de operações de crédito para pessoas físicas.