Piquenique na boca do vulcão
Feliz 2019, petropolitanos! O ano que se finda não foi fácil, mas o Novo chega sorridente (se não for ironia).
Vá que o nosso planejamento tenha pernas curtas, a visão de nossos dirigentes limitando-o a quatro anos no primeiro dia de seus valorosos mandatos. Assim, neste momento, o nosso olhar perscruta o futuro a longo prazo até 31 de dezembro de 2020. Além, é o breu. O atual prefeito tentou estender o alcance de seu Novo Caminho, via PPA, até o ano de 2021, mas eu sei que ele sabe que o sucessor já tem engatilhado o próximo e revolucionário “plano de governo” requerido pelo TSE, que mandará às favas o Novo Cainho, assim como este fez com a Cidade Sustentável, Viva e Saudável com a qual o Município foi brindado pelo prefeito anterior.
O Orçamento para o ano que vem, a julgar pelo PL, também não é lá dessas coisas. Tem orçamento de companhias que seguem o critério farmacêutico do “qsp” ou quantidade suficiente para. Chuta-se a receita, ou a despesa, das duas companhias e o outro lado tem que corresponder exatamente, ao nível do centavo. É o sistema “Deixa que eu Chuto”, nega a razão de ser de qualquer S/A, que é o lucro. O Sehac, esta excelente proposta que é sem nunca ter sido, não consta claramente do orçamento, assim como não são fáceis de achar os seus balanços; trata-se de uma síntese público-privada, que não é um, muito menos o outro. Entenderam? O que parece certo é que acumula dívidas que, como sempre, acabarão nos ganchos dos contribuintes. Pior de tudo: o Orçamento, dito participativo, é incompreensível para os não-iniciados. Ou sejam: os que pagam não manjam. O Povo fica de fora na hora de selecionar candidato, de planejar, de orçar. Na hora da conta, é só para ele.
As questões básicas ficam sem respostas, mesmo com os louváveis esforços de melhor transparência. Qual o tamanho de nossa dívida? Em fevereiro 17 era de 766 milhões. Era mesmo? Todas inclusas? E hoje? Caluda, ninguém informa. O povo que não bufe. E me digam mais uma coisa: se a nossa dívida total, esta que ameaça o povo, for de 1 bi, quanto custará por ano o seu serviço? 6,5% ao ano, como diz o Banco Central? Isso daria uns 65 milhões por ano, e não 18 como prevê o orçamento.
E funcionários, quantos são? Há dados nos sites, ou não há, e quando há não se sabe o critério. Diz o MP que o Sejac tinha 607 funcionários, sem as UPAs, mas esses não contam para a a LRF. Tudo bem, mas contam no índice da FGV-DAPP, de 28 funcionários municipais por 1.000 habitantes. Como os terceirizados, pois senão bastaria terceirizar para um serviço sumir no ar, fora o seu custeio. Então, somos quantos funcionários, ativos e inativos (RPPS)? 12.000, como afirma o prefeito?: 13.000, se formos detalhar à vera? Estamos longe dos 8.400 da média da FGV, e eis porque quebramos.
E nosso RPPS, vai chegar a um rombo de quanto, em 31 de dezembro? Este rombo é dívida, ou é outro ectoplasma sem nome, dirigido aos mesmos bolsos já ferrados?
Ta ruço, mesmo sem trem e com a Concer. Mas acreditemos na reversão das expectativas. Feliz 2019, Petrópolis! E Governo também, atendendo Marambaia!)