Plano de redução de riscos é atualizado
O Comitê de Ações Emergenciais apresentou na manhã de ontem o Plano Municipal de Redução de Riscos que foi revisado e ampliado pela empresa Theopratique. Através do estudo foi possível identificar o número de residências que se encontram em áreas de risco nos cinco distritos. O somatório chega a 27.704. O levantamento também mostrou que as áreas de risco alto e muito alto representam 10% do total de área urbanizada do município. O encontro ocorreu na Casa dos Conselhos Augusto Ângelo Zanatta e contou com a participação do prefeito Rubens Bomtempo, do secretário de Defesa Civil e Segurança Pública, Rafael Simão, do tenente-coronel Eduardo Vaz Castelano, comandante do 26ºBPM, do tenente-coronel Agostinho Sequeira, comandante do 15º Batalhão do Corpo de Bombeiros, secretários municipais, além de representantes do Inea, Ampla e Águas do Imperador.
O Plano Municipal de Redução de Riscos mostrou que são 15.240 residências em área de risco no 1º distrito. Já no 2º distrito, Cascatinha, são 5.762 moradias. No 3º distrito, Itaipava, são 3.312 e no 4º distrito, Pedro do Rio, o somatório de residências chega a 1.723. No 5º distrito, Posse, o número de moradias em área de risco é de 1.667. O somatório chega a 27.704 residências.
“Agora o município conseguirá apresentar ao Ministério da Cidade os números atualizados de áreas de risco e, dessa forma, desenvolver novos projetos para a cidade, conseguindo captar mais recursos para que a cidade fique cada vez mais preparada”, disse Rubens Bomtempo.
O levantamento numerou ainda como se deve identificar os imóveis que estão em risco. “Casas trincadas, portas e janelas emperradas, casas em margem de rio ou córrego, casas construídas próximo a maciços rochosos devem ter atenção. As casas construídas no caminho das águas, como grotas, mesmo secas, e as que estão sobre aterros também merecem atenção”, apontou Luis Carlos Dias de Oliveira, engenheiro e diretor da Theopratique.
O plano foi formulado a partir da revisão do último plano feito em 2007. Dessa vez, o levantamento das áreas de risco também foi feito nos distritos. Elaborado em sete etapas, o estudo contou com trabalho de campo com fotografias, levantamento de concepções de intervenções estruturais para área de risco nos distritos, reflexo sobre as estratégias de intervenções não estruturais e capacitação da equipe técnica na Prefeitura. O mapa utiliza as nomenclaturas: área de risco, risco alto, muito alto e risco iminente. “Quando apontamos risco alto ou muito alto não estamos condenando a região, estamos apontando os perigos. Vale destacar que é importante que as pessoas que moram nas áreas de risco tenham ciência dos perigos para que elas não façam intervenções nas casas ao longo dos anos. O mapa também levou em consideração a capacidade de resposta da população às crises como percepção e conscientização do risco e disponibilidade de locais de abrigo”, apontou Luis Carlos.
Durante a atualização do mapa do 1º distrito foi feito um inventário de acidentes e situação de risco de 1943 a 1989. Foram 741 ocorrências no 1º distrito. “O que mais assustou foi a incidência de ocorrências em áreas consideradas de risco médio que foram 361. As de risco baixo foram 210. Além de mostrar que os riscos existem em outras áreas, nos lembra a importância das obras de prevenção e melhorias que evitam as catástrofes. Isso também mostra que o mapa é dinâmico e as ocorrências, todas elas, devem ser consideradas”, disse Luis Carlos.
Plano Municipal de Redução de Riscos mostra o número de áreas de risco nos distritos
O mapeamento do 2º distrito, Cascatinha, mostrou que o local tem 39 áreas de risco alto e muito alto. Além disso, 5% de toda a área urbanizada do 2º distrito foi considerada área de risco. Já o mapeamento do 3º distrito, Itaipava, mostrou que são 35 áreas de risco alto e muito alto, sendo 8% de toda a área urbanizada considerada de risco alto. No 4º distrito, Pedro do Rio, foram identificadas 32 áreas de risco alto e 11% de toda a área urbanizada está localizada em áreas de risco alto. Na Posse, que é o 5º distrito, são 26 áreas de risco abrangente, sendo que 17% da área urbanizada é considerada de alto risco. O somatório de todas as áreas em todos os distritos, incluindo o 1º, representa 234 áreas de risco alto e muito alto na cidade.
Durante o evento, o secretário de Defesa Civil e Segurança Pública, Rafael Simão, agradeceu emocionado o empenho de toda a equipe e apresentou os pontos positivos promovidos pela Defesa Civil nos últimos quatro anos. “Foram mais de dezessete mil vistorias feitas nos últimos anos. Todas as pessoas que foram afetadas de alguma forma pelas catástrofes eu levo no meu coração e me motivam a trabalhar melhor. Agradeço o apoio dos meus companheiros de trabalho e dos demais secretários que tanto me ajudaram nesses últimos anos”, afirmou Rafael Simão.