PMs são presos suspeitos de tentar matar inspetor no Rio

17/12/2020 11:55

A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar realizam nesta quinta-feira (17) a Operação Todos por Um, que resultou na prisão de seis pessoas, entre elas, cinco policiais militares. O foco da operação foi cumprir os mandados de prisão contra policiais militares e mais um homem suspeitos de tentar matar um policial civil e de coagir comerciantes. 

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram no início de abril de 2020. Na época, um policial civil da 39ª Delegacia de Polícia (Pavuna) foi alvo de uma tentativa de homicídio. Os acusados dispararam mais de 20 vezes na direção do agente, que foi atingido por um tiro na perna.

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou os cinco policiais militares Sérgio Berbereia Basile, Mauro Simões de Castro, Joamilton Tomaz Ribeiro, Euclydes José do Prado Filho e Fagner Alves da Silva, e ainda uma sexta pessoa, Sérgio Leonardo dos Santos, por tentarem matar o policial civil Bruno Rodrigo da Silva Rodrigues no dia 14 de abril, em Vila Valqueire, na zona norte do Rio.

Conforme o MPRJ, os acusados planejaram o crime em represália à atuação investigativa do policial civil sobre condutas de policiais militares na área da 39ª Delegacia de Polícia (Pavuna), também na zona norte da cidade, principalmente, na Feira da Pavuna e no comércio de cigarros. “A denúncia oferecida à Justiça imputa crime de homicídio qualificado tentado, associação criminosa e adulteração de identificação de veículo”, informou o MPRJ.

O órgão acrescentou que na tarde do dia 14 de abril, em frente à casa da vítima, Sérgio Basile e Mauro Simões de Castro, que segundo o MPRJ também são responsáveis pelo planejamento e operacionalização do crime, fizeram diversos disparos de arma de fogo contra policial Civil Bruno, que sobreviveu ao ataque após se abrigar e reagir.

A denúncia do MP indica que Joamilton participou do esquema na condição de motorista de um dos veículos utilizados no crime, em que estavam os atiradores. As apurações apontaram que ele também fazia vigilância do local e garantiu a fuga de todos. O MP informou ainda que Sérgio Leonardo e Euclydes monitoraram e vigiaram a vítima no dia da tentativa de homicídio, acompanhando-a, desde a saída do seu local de trabalho (39ª DP) até chegar em casa. A atuação do policial militar Fagner Alves da Silva, conforme o MP, forneceu aos demais denunciados o outro veículo utilizado na emboscada, que tinha placa adulterada.

Todos os denunciados foram incluídos em artigos do Código Penal que se referem a homicídio, qualificado por motivo torpe, por meio de emboscada e contra policial civil, que prevê pena de 12 a 30 anos de reclusão. Foram apontados por crime de associação armada e crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.

A pedido do GAECO/MPRJ, a Justiça expediu os mandados de prisão e 40 de busca e apreensão, em endereços ligados aos seis denunciados e a outras nove pessoas, na capital, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São Gonçalo, Niterói, Cachoeiras de Macacu, Araruama, Maricá, Saquarema e Itaboraí.

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