Polícia Civil encontra corpo que seria de Anic concretado na casa de Lourival, em Teresópolis
A Polícia Civil informou, na noite desta quarta-feira (25), que encontrou um corpo que seria da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, na casa de Lourival Correa Netto Fatica, em Teresópolis. As buscas foram iniciadas nesta tarde, após Lourival informar onde o corpo estava enterrado.
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Segundo a polícia, o corpo foi localizado em uma estrutura de concreto, enterrado em pé e estaria encapsulado no concreto. No entanto, os agentes informaram que já se sabe que o corpo é de uma mulher. A equipe informou ainda que o trabalho de retirada do corpo está sendo trabalhoso e pode se estender pela madrugada desta quinta-feira (26). A operação ocorre no mesmo dia em que Lourival foi ouvido pela 2ª Vara Criminal de Petrópolis.
A equipe da 105ª DP (Retiro), incluindo o delegado Nei Loureiro, está no local, além das Perícias Criminais de Petrópolis e Teresópolis. O trabalho de localização do corpo também tem o apoio do Corpo de Bombeiros e de servidores da Prefeitura de Teresópolis.
Após a retirada do corpo, ele será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis, para que seja confirmada a sua identificação.
Novos detalhes foram divulgados nessa terça
Nessa terça-feira (24), a defesa do técnico de informática deu novos detalhes sobre a morte da vítima. Segundo a defesa do acusado, Lourival teria informado que Anic foi assassinada em um quarto de um motel, em Itaipava, e que o mandante do crime seria o marido da vítima. Anic foi vista pela última vez no dia 29 de fevereiro, em um shopping no Centro de Petrópolis.
De acordo com o relato da defesa de Lourival, Anic morreu após ter a traqueia quebrada por um soco. Na sequência, o corpo da vítima teria sido enrolado em um lençol e colocado em um carro, sendo retirado do motel. A advogada do técnico de informática, Flavia Froes, ainda informou que o corpo foi enterrado e concretado.
Sobre as acusações de Lourival, o advogado João Vitor Ramos, que representa Benjamin Herdy, disse que a informação apresentada por Lourival “se trata de mais um ato de desespero e de crueldade”. O comunicado ressalta ainda que “como consequência das declarações formuladas na entrevista coletiva em questão, Lourival e seus procuradores serão demandados na esfera cível, criminal e disciplinar”.
Confira a nota da defesa de Benjamin na íntegra:
“Em relação à 2ª entrevista coletiva convocada e prestada pela defesa de Lourival, a família de Anic entende que se trata de mais um ato de desespero e de crueldade.
Diante do óbvio e inevitável fracasso em tentar imputar a responsabilidade à própria vítima, tese que tentou emplacar quando do início das investigações, Lourival novamente altera a sua versão e agora, após a conclusão das investigações, adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara, que em breve serão ouvidos em declarações na instrução criminal, ao atribuir a autoria ao marido da vítima.
Como se observa, retirar a vida de Anic não satisfez Lourival. A dor e o sofrimento do marido e dos filhos da vítima também não foram suficientes. Acuado pelo iminente início da instrução processual, que certamente culminará na sua condenação, assim como de todos os indiciados pela autoridade policial e denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Lourival utiliza o holofote proporcionado pela repercussão do caso para se promover e para prosseguir na missão de destruir aquilo que nunca foi capaz de alcançar em sua vida e que sempre invejou em Benjamim, Anic, Nickolas e Lara: A união e o amor de uma família.
Lamentavelmente, essa empreitada conta com o apoio da defesa, que deveria se limitar ao aspecto técnico. Talvez acreditando que o exercício do inafastável direito de defesa lhe confere imunidade absoluta, Lourival, por intermédio dos seus procuradores, há muito pratica reiterados abusos e excessos, incluindo-se, a toda evidência, a falsa imputação pública de crime a Benjamim.
Embora a emoção e a impulsividade reclamem resposta à altura, a família de Anic e seus advogados seguirão firmes no respeito ao devido processo legal, sempre observando o sigilo do processo criminal e, principalmente, atuando e dialogando nos estritos limites institucionais.
Portanto, como consequência das declarações formuladas na entrevista coletiva em questão, Lourival e seus procuradores serão demandados na esfera cível, criminal e disciplinar.
No mais, a família de Anic segue acreditando no Poder Judiciário e, principalmente, na minuciosa investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que há meses identificou e denunciou os efetivos responsáveis pelo assassinato de Anic.”