Polícia Civil indicia oito responsáveis pelo incêndio no Hospital Badim no Rio

29/10/2020 11:13

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da 18ª DP (Praça da Bandeira), indiciou oito pessoas pelo incêndio no Hospital Badim, em setembro do ano passado. Elas irão responder 15 vezes por homicídio doloso qualificado, duas vezes por homicídio, além do crime de incêndio. Entre os indiciados, estão os diretores do hospital, responsáveis pela engenharia da unidade de saúde, arquiteto e diretores da empresa responsável pela construção e manutenção do gerador.  

Segundo os agentes, as investigações apontaram obras irregulares no hospital, defeito no sistema de prevenção de incêndio e um plano de evacuação falho. A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), apontou que o fogo começou no gerador da unidade, que estava instalado em um lugar sem proteção e deveria ficar dentro de um compartimento que pudesse resistir ao fogo, e que os tanques de armazenamento estavam instalados em desacordo com as normas vigentes.  

Dezessete pessoas morreram no incêndio. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontam que a maioria das vítimas morreram por inalação de fumaça e complicações pelo desligamento de aparelhos, devido à falta de energia no prédio. As investigações apuraram, ainda, que obras irregulares foram realizadas no hospital, com adaptações inadequadas e sem regularização do Corpo de Bombeiros. A unidade deveria ter adequado todos os projetos para ter as licenças de funcionamento necessárias à sua operação.  

Ainda de acordo com os policiais, no dia do incêndio alarmes não soaram e os pequenos chuveiros automáticos instalados no teto não soltaram água, o que fez com que a situação ficasse mais grave. Além disso, o plano de evacuação não funcionou: funcionários dos pavimentos próximos ao subsolo tomaram conhecimento prévio do incêndio, enquanto os dos andares superiores e pacientes não sabiam de nada.

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