Polícia Militar atendeu 14 mil chamados de violência contra a mulher em Petrópolis

20/dez 14:45
Por Maria Julia Souza I Foto: Reprodução/Freepik

Os casos de violência contra a mulher continuam crescendo em Petrópolis. De acordo com a Polícia Militar, o canal 190 recebeu, em 2024, 14.443 chamados para atendimentos do tipo, superando os 13.687 chamados registrados em 2023.

Já o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM) atendeu, até o dia 13 de dezembro, 385 casos, número levemente inferior ao mesmo período de 2023, quando houve 390 atendimentos.

Segundo a Secretaria Municipal dos Direitos e Políticas para as Mulheres, após o primeiro atendimento as vítimas recebem acompanhamento psicológico, jurídico e assistencial. Em 2024, até 30 de novembro, foram realizados 1.685 atendimentos, contra 1.866 no mesmo período de 2023.

De acordo com o município, entre as ações de enfrentamento destacam-se a criação de comitês de prevenção à violência em todas as secretarias municipais e órgãos da administração, além da lei que institui um fluxograma de atendimento à mulher em situação de violência, incluindo notificação compulsória em todas as unidades da rede municipal de saúde.

O CRAM funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na Rua Santos Dumont, nº 100, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (24) 2243-6152.

Cidade registrou mais de 100 casos de estupro

Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) revelam que Petrópolis registrou, entre janeiro e outubro de 2024, 109 casos de estupro, um aumento de 24% em comparação ao mesmo período de 2023, que teve 88 ocorrências.

O mês de julho foi o mais crítico, com 16 casos, seguido por maio (15), março e junho (13), fevereiro (12), setembro e outubro (10), janeiro e abril (8), e agosto (4), que teve o menor número registrado.

Conflitos de relacionamento causaram 83% dos feminicídios no Estado

O Dossiê Mulher 2024 aponta que 83% dos feminicídios registrados no Rio de Janeiro no ano passado foram motivados por conflitos de relacionamento. Entre os motivos, destacam-se brigas (42), não aceitação do fim do relacionamento (20), ciúmes (17) e desconfiança de traição (6).

O documento revelou ainda que, apesar da gravidade dos números, o estado registrou um recuo de 11% nos feminicídios, com 99 vítimas em 2023, frente a 111 em 2022.

Entre os autores, 57% possuíam antecedentes criminais, sendo que mais de dois terços estavam relacionados à violência doméstica. Após os crimes, 70% dos agressores foram presos em flagrante, investigados ou se entregaram voluntariamente.

Pela primeira vez, o estudo analisou o consumo de álcool ou drogas pelos autores: dos 103 analisados, 21 eram usuários de drogas e álcool, 15 consumiam apenas drogas, e 15 apenas álcool.

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