Polícia prende três suspeitos de matar congolês Moïse Kabagambe

02/02/2022 09:57
Por Fábio Grellet e Márcio Dolzan / Estadão

Três suspeitos de agredir até a morte o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foram presos nesta terça-feira, dia 1º, pela Polícia Civil do Rio. De acordo com o delegado Henrique Damasceno, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios na Barra da Tijuca, eles vão ser indiciados por homicídio duplamente qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e por uso de meio cruel. O dono do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, onde o crime aconteceu, de acordo com a polícia, não estava no local quando o espancamento aconteceu, foi solícito e colaborou com as autoridades policiais.

Ainda na terça-feira, Alisson Cristiano Alves de Oliveira, conhecido como Dezenove e apontado como um dos autores do crime, apresentou-se para depor. Outros dois homens, conhecidos como Tota e Belo, também foram identificados como participantes do espancamento do congolês, que levou pauladas e golpes de taco de beisebol. Policiais da Delegacia de Homicídios chegaram aos três suspeitos a partir de imagens de câmeras de segurança. A polícia negou que eles trabalhassem no Tropicália. Em um matagal próximo, foi apreendido um porrete.

No dia 24 de janeiro, o congolês teria ido, segundo sua família, cobrar um pagamento que ainda não recebera do dono do quiosque, identificado como Fábio. O proprietário não estava. Houve discussão com um homem que estaria no lugar de um funcionário que seria o único com vínculo empregatício com o Tropicália. Uma câmera de segurança registrou quando o congolês tentou abrir uma geladeira, para pegar algo, e foi impedido. Foi quando a confusão virou briga. Moïse foi derrubado e espancado, no chão, até não ter mais sinais de vida.

Alisson apresentou-se à 34ª DP (Bangu) e foi conduzido à Delegacia de Homicídios (DH) da capital, na Barra da Tijuca, onde prestou depoimento. Policiais da DH conseguiram falar por telefone com Tota. O rapaz aceitou se apresentar à polícia como testemunha. Os policiais iam ao seu encontro na estação ferroviária de Santa Cruz (zona oeste) para conduzi-lo à DH.

Agentes da Homicídios estiveram ontem no Tropicália. O quiosque foi interditado por determinação da Secretaria Municipal de Ordem Pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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