População fora da força de trabalho soma 76,4 milhões, diz IBGE
Com a flexibilização das regras de distanciamento social em várias localidades do País no ano passado, houve uma queda 3,4% na população fora da força de trabalho no trimestre móvel terminado em novembro, na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 2,727 milhões de pessoas que deixaram a população fora da força em um trimestre. Na comparação com igual período de 2019, a população fora da força saltou 17,3%, com 11,291 milhões de trabalhadores a mais nessa situação. A população fora da força de trabalho somou 76,4 milhões no trimestre até novembro.
A população na força de trabalho ficou em 99,601 milhões de pessoas, alta de 4,3% ante o trimestre móvel imediatamente anterior, com 4,141 milhões de trabalhadores entrando no mercado. O movimento foi puxado pelo avanço da ocupação, cujo contingente aumentou em 4,8% em um trimestre, com 3,912 milhões de vagas de trabalho a mais. A população desocupada cresceu apenas 1,7%, para 14,023 milhões.
Na população fora da força de trabalho, o contingente de pessoas em situação de desalento ficou em 5,723 milhões, uma queda de 2,2%, considerada estabilidade pelo IBGE, ante o trimestre móvel imediatamente anterior. Em relação a um ano antes, porém, esse contingente cresceu 22,9%, com 1,067 milhão de pessoas a mais nessa condição.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
No total, a força de trabalho potencial somou 11,426 milhões de trabalhadores no trimestre móvel até novembro. É uma queda de 15,8% ante o trimestre móvel anterior, mas um salto de 47,1% na comparação com igual período de 2019.
Em um ano, são 3,660 milhões de trabalhadores a mais na força de trabalho potencial, indicando que boa parte das pessoas que perderam seus trabalhos, formais ou informais, por causa da crise da covid-19, provavelmente desistiram de procurar emprego e foram para fora da força de trabalho.