Porque devo consultar cardiologista do esporte
Como já conversamos antes a frequência cardíaca normal de uma pessoa é de 60 a 80 por minuto e nos atletas pode chegar a 40 na situação de repouso. Em algumas situações a frequência cardíaca pode disparar (taquicardia) ou sair do ritmo (arritmia). Acontecem por várias causas como fisiológicas, patológicas ou farmacológicas. A fisiológica pode ser por conta de exercício físico geralmente por excesso, ansiedade, medo ou euforia. As patológicas, leia-se (doenças), podem ser anemia, hipotensão, febre, hipertireoidismo entre outras. As farmacológicas podem ser por ingestão de cafeína, cocaína, álcool e/ou drogas estimulantes.
Eis a questão. Ao que se refere ao atleta, mais comumente a taquicardia pode ocorrer por causas fisiológicas ou a farmacológica. Atletas muito competitivos e ansiosos querendo sempre mais sem o bom senso de qual é o seu verdadeiro limite se enquadram nas fisiológicas. As causas farmacológicas são aqueles sempre querendo ingerir qualquer substância que os façam correr mais. Quando um atleta é surpreendido por uma taquicardia, como tenho defendido aqui, o atleta deve procurar um cardiologista especialista em MEDICINA ESPORTIVA. Uma das medicações prescritas para arritmias são os antiarrítmicos e/ou betabloqueadores. Essa medicação age bloqueando a frequência cardíaca mais alta ao mesmo tempo que diminui a frequência cardíaca de repouso o que pode ser perigoso, mesmo em doses mais baixas, para o atleta que já tem bradicardia fisiológica por conta de exercício. Um cardiologista não acostumado com atleta pode se enganar. Quem trata de arritmias e/ou vagotonia é cardiologista especialista em arritmologia clínica. Portanto, atleta deve consultar especialistas e a culpa pode não ser do médico e sim a consulta inadequada.
Literatura Sugerida: 1) Kawasoe, J. – Doença Arterial Coronariana e Atividade Física – Rev. SOCERJ (2000) 2) NÓBREGA, Antonio Cláudio Lucas da et al. Diretriz em cardiologia do esporte e do exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arquivos brasileiros de cardiologia (2013). 3) Lazzoli, José Kawazoe et al. Acurácia de critérios para vagotonia no eletrocardiograma de repouso de 12 derivações: uma análise com curvas ROC. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, (2002).