Postura de Bolsonaro na Guerra da Ucrânia é criticada por 48% dos eleitores

11/03/2022 12:40
Por Davi Medeiros / Estadão

Quase a metade dos brasileiros desaprova a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, segundo pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira, 11. O levantamento mostra que 33% avaliam como “totalmente errada” a forma como o mandatário se porta em relação a esse tema, enquanto 15% consideram sua conduta como “parcialmente errada”, somando 48% de respostas críticas. Os que elogiam o presidente nesse quesito são 42%, sendo que 25% o consideram “totalmente correto” e 17%, “parcialmente correto”.

Ainda segundo a pesquisa, para 56% da população a Ucrânia tem razão no conflito com a Rússia. Dias antes de a invasão se concretizar, Bolsonaro esteve no país de Vladimir Putin e manifestou solidariedade ao seu governo, atitude que foi mal recebida pela comunidade internacional do Ocidente e gerou, inclusive, uma resposta crítica dos Estados Unidos.

Entretanto, 62% dos entrevistados consideram que o Brasil deveria adotar posicionamento neutro no conflito e não apoiar abertamente nenhum dos dois países, algo que Bolsonaro afirma fazer; 29% opinam que o País deveria declarar apoio à Ucrânia. Apenas 2% preferem apoiar a Rússia.

A pesquisa mostra ainda que o medo da covid caiu ao menor nível desde o início da pandemia. Hoje, 48% dizem não temer a crise sanitária, enquanto 15% afirmam estar com “muito medo”. Em um dos momentos mais críticos da pandemia, em abril do ano passado, 55% diziam ter muito medo da infecção pelo coronavírus.

A avaliação da atuação do chefe do Executivo frente à pandemia também vem melhorando nos últimos meses. O índice, que era de 20% em janeiro, chegou aos 28% este mês, maior patamar desde novembro de 2020.

Bolsonaro também dá sinais de melhora no âmbito da Economia. Hoje, 29% acreditam que o País está no rumo certo nesse sentido, enquanto em janeiro o índice era de 23%. Segundo o presidente do conselho científico do Ipespe, Antônio Lavareda, esse movimento é crucial se o presidente quiser ter chances de se reeleger. O cientista considera plausível que o mandatário esteja crescendo nas pesquisas graças às ofensivas da equipe econômica, embora não seja possível afirmar com absoluta clareza os motivos para a melhora de seu desempenho. “Ele ainda pode virar. Para isso, precisa reagir no âmbito da Economia”, afirma.

O instituto entrevistou mil pessoas por telefone entre os dias 7 e 9 de março. A margem de erro estimada é de 3,2 pontos para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-03573/2022.

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