Prática do Yôga pode retardar doenças mentais
Entre os males que afetam o cérebro um dos mais temíveis é o de Alzheimer. Pois bem, até agora, como a doença não tem cura, o que tem sido feito para retardar o avanço são medicamentos e a recomendação de exercícios físicos, mentais como estimulação cognitiva e leitura. Não significa bombardear o cérebro com testes de memória. Um estudo coordenado pela Drª Helen Lavretsky, professora de psiquiatria do Instituto Semel de Neurociências e Comportamento Humano da Universidade da Califórnia, Los Angeles publicado na Revista Psychoneuroendocrinology em 2013 mostrou que 12 minutos de Yôga por dia é capaz de reduzir e/ou retardar os males da doença por conta do efeito relaxante da atividade alterando a ação de proteínas antivirais e inflamatórias responsáveis por influenciar a expressão de genes em células do sistema imunológico. Isso quer dizer que uma das características da doença é a inflamação das terminações nervosas do cérebro e o Yôga é capaz de reduzir essa inflamação.
O estudo envolveu 25 voluntários com mais de 55 anos apresentando comprometimento cognitivo leve divididos aleatoriamente em dois grupos. O primeiro com 14 pessoas entraram num programa de Yôga além de receber um Vídeo Aula para fazer em casa enquanto o segundo grupo continuou com as atividades tradicionais de treino mental inclusive com dever de casa com testes de memorização. Depois de 12 semanas todos passaram novamente pela ressonância magnética funcional para rastrear a atividade cerebral fazendo testes cognitivos padrão. Os dois grupos tiveram melhoras, mas o primeiro teve ganho melhor nas habilidades de memória visual espacial ao dirigir relacionada a localidades cuja perda de função faz com que idosos se percam. Além disso, existem trabalhos focados na integração de corpo e mente como meditação, Tai Chi, Lian Gong entre outras similares mostrando resultados promissores.
A Drª Helen explica que o Yôga requer esforço de concentração nas posturas conjugadas com a respiração. Isso estimula uma proteína, chamada de irizina, responsável pelo crescimento neurotrófico melhorando a conexão entre neurônios e reposição de material genético danificado.
No entanto, a prática do Yôga não significa que a cura do Mal de Alzheimer esteja próxima. É mais uma atividade que conjugada com a medicação e exercícios mentais podem proporcionar melhor qualidade de vida para os diagnosticados com a doença.
**Literatura Sugerida: 1) Black, D, et al. “Yogic Meditation Reverses NF-κB and IRF-related Transcriptome Dynamics in Leukocytes of Family Dementia Caregivers in a Randomized Controlled Trial.”Psychoneuroendocrinology (2013)
**Em tempo: A regra para uso de estrangeirismo incorporados à língua portuguesa sugere, sempre que possível, a pronúncia e o gênero do idioma de origem. Por isso “o Yôga” e não a Yoga nem ioga.