Precisamos falar sobre a Síndrome de Burnout

14/08/2019 09:30

São muitos os problemas enfrentados pelos nossos jovens na contemporaneidade. Principalmente quando tratamos de questões emocionais. No espaço desta coluna já levantei a questão da depressão e outros desafios da juventude. Mas, um novo dado alarmante se apresenta no horizonte, que se trata do esgotamento profissional, a Síndrome de Burnout.

Novas informações mostram o seu impacto para as novas gerações. Um estudo feito pelo programa Yellowbrick, centro de tratamento de adultos emergentes, mostra que cerca de 95% dos millennials (conceito que se refere aos nascidos após o início da década de 80 e o final da década de 90, segundo alguns autores ela pode se estender até os primeiros anos dos anos 2000) sofrem de burnout e 75% estão mentalmente exaustos. É uma situação muito preocupante, algo inerente ao século XXI.

Ontem, foi o Dia Internacional da Juventude, que tem o objetivo de conscientizar os jovens sobre as suas responsabilidades com o futuro do planeta. Por esta razão, temos que destacar que os jovens, que são o símbolo do nosso futuro, precisam ser resguardados.

Acredito que a melhor forma de tratarmos desta questão, tão moderna, é principalmente por intermédio da informação. Apenas explicitando todos os aspectos e falando sobre a síndrome que podemos mudar a forma de observarmos o mundo. É por este motivo que criei Dia Municipal de Conscientização e Orientação sobre a Síndrome de Burnout, que é comemorado no dia 15 de outubro.

Também é válido destacar que a melhor maneira de criarmos um ambiente propício para a eliminação deste transtorno é por intermédio da adaptação do mercado de trabalho. Para mim, é necessário termos a sensibilidade de compreendermos as mudanças que fazem parte da juventude, suas cobranças diárias e seus problemas, como forma de adequar o mercado de trabalho.

O estudo da Yellowbrick mostra, dentre os aspectos que fazem o aparecimento da síndrome entre os jovens adultos, está a pressão social provocada pelas mídias sociais. Uma forma de exemplificar isto é outro estudo, de autoria de Elroy Boers, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Montreal no Canadá, que relacionou o aumento de tempo nas redes sociais e na televisão a sintomas da depressão na adolescência. Esta pressão e a busca por padrões de vida inalcançáveis e curtidas nas redes sociais, somados a um ambiente de trabalho que não compreende a juventude, proporciona os problemas psicológicos sérios.

Desta maneira, como forma de termos uma solução, cabe a nós, que já sentimos na pele a pressão da vida adulta, adaptar os meios para o futuro. A modernização das empresas e dos ambientes de trabalho é uma das maneiras adequadas para nos resguardar. Vejamos, por exemplo, as empresas de tecnologia, como é o caso da Google ou Facebook: Elas se adequam a padrões modernos que se preocupam com um ambiente propício à inovação.

Criar um plano de metas corporativas que se preocupe com o bem-estar dos trabalhadores pode fazer toda a diferença, até mesmo, nos resultados. O funcionário, compreendendo os seus problemas, também pode buscar uma vida mais saudável e os tratamentos adequados. Tudo isto pode gerar uma produção mais satisfatória e resultados para as empresas e trabalhadores.

Enfim, falar sobre a Síndrome de Burnout é uma forma de mostrarmos que este problema é sério e precisa ser mais conhecido pela opinião pública. Apenas desta maneira, podemos ter uma nova forma de vermos o mundo, resguardando a nossa juventude e, consequentemente, o nosso futuro.

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