Preços dos alimentos disparam com a greve

25/05/2018 10:00

A greve dos caminhoneiros causou problemas em diversos setores. Na cidade, além da falta de combustível em alguns postos, o abastecimento de alimentos perecíveis também foi prejudicado. Com a baixa oferta de produtos, o preço dos legumes e verduras mais do que dobrou, em dois dias. Sem opções para fazer o reabastecimento do estoque, alguns supermercados tiveram que se adaptar e colocar para revenda alimentos com valores superfaturados.

Com os estoques baixos, o Ceasa-RJ – principal fornecedor de abastecimento de hortifruti do estado – elevou o preço dos produtos. A crise na central de abastecimento, se agravou na terça-feira, quando aos carregamentos pararam de chegar no local. Nas prateleiras da cidade, a discrepância de valores nos últimos dois dias, assustou os petropolitanos. No supermercado Terê Frutas, o gerente, Leandro Carius, explicou que as lojas são abastecidas todos os dias, justamente para oferecer alimentos frescos. Mas, sem ter como chegar ao Ceasa, os estoques estão quase zerados. Na tarde dessa quinta-feira, na unidade do Terê, que fica na Rua Aureliano Coutinho, já não tinha cenoura, laranja lima, abóbora de corte e batata doce. E alguns produtos que foram reabasteci – dos na quarta feira, estavam com preços fora do comum.

O saco de batata lavada ou escovada de 50 kg, que normal – mente é vendido no Ceasa com valores entre R$ 50 e R$ 70, na quarta feira, estava sendo vendido por até R$ 500. A caixa de ovos, com 12 cartelas de 30 ovos, que custava entre R$ 50 e R$ 75, estava custando R$ 150. Convertido para o consumidor, o quilo da batata chegou a R$ 6,99 e o do ovo, que varia normalmente em R$ 8,99 e R$ 9,99, está custando R$ 14,99. “O estoque que temos é o que está exposto nas bancas na loja. E deve durar só esses dois dias. E o que conseguimos comprar no Ceasa, por esse preço elevado, fomos obrigados a repassar para o consumidor”, lamentou o gerente. Mas segundo Leandro, todos os cereais, e verduras que são vendidos na rede Terê Frutas estão com os estoques completos. “As verduras são produções nossas, e não houve qualquer reajuste de preço nem nesses produtos e nem nos cereais”, completou.

Alguns produtores rurais da cidade se dizem apreensivos por não saber se conseguirão passar pelos bloqueios para fazer as entregas marcadas para hoje. A produtora Fernanda Troca contou que desce todas as sextas e sábados, para fazer feira na Cadeg, na capital. Segundo ela, além do receio de não saber se conseguirá chegar até lá, não sabe se vai conseguir abastecer o caminhão para a volta. 


Supermercados da cidade estão com os estoques abastecidos 

 Apesar dos estoques de alimentos perecíveis estarem completos, muitos consumidores correram para os supermercados. No Bramil Supermercados, o superintendente comercial, Belmar Vasconcelos, explicou que não houve desabastecimento nas lojas. No entanto, se a greve não chegar ao fim nos próximos dias, pode começar a faltar alimentos hortifrutigranjeiros.

“A procura aumentou nesta quinta feira, sentimos sim, um descompasso comparado a este período nos outros meses. O período de maior movimento costuma ser o início e o fim do mês, e hoje percebemos os consumidores fazendo compras maiores”, disse. 

Na rede de supermercados Armazém do Grão, os estoques estão completos. Segundo a empresa, boa parte dos alimentos de hortifruti, são abastecidos por produtores locais, e o estoque não foi afetado com a greve. Alguns consumidores relataram espera em filas dos caixas durante todo o dia, nas lojas da rede. 

No supermercado Multimix, apesar dos estoques de legumes e verduras estarem baixos, a empresa informou que até o momento, a greve não gerou forte impacto no movimento da loja. E as vendas foram dentro do comum nesta quinta-feira.

Já nas lojas da rede de Supermercados Extra, os consumidores relataram encontrar filas. A empresa foi questionada sobre abastecimento de produtos nesta semana, mas até o fechamento desta reportagem não recebemos resposta.

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